MÉDICO INTEGRA projeto que busca avaliar a prevalência de retinopatia diabética no país
Cooperado da Unimed Vale do Caí, o oftalmologista Dr. Pietro Baptista de Azevedo está participando de uma pesquisa científica junto à Sociedade Brasileira de Diabetes e várias universidades federais. O projeto busca avaliar a prevalência de retinopatia diabética no Brasil. O estudo piloto da pesquisa, que ocorreu no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, já foi concluído.
Ao todo, serão recrutados aproximadamente 2.000 pacientes no País. Ao menos um centro localizado em cada região geográfica do Brasil (Aracaju, Goiânia, Belém, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) recrutará usuários da atenção básica (80%) ou especializada (20%), com diagnóstico de diabetes mellitus (DM).
A partir daí, serão realizados exames de retinopatia (fundo de olho), função renal (creatinina sérica, albuminúria/creatininúria) e HbA1c. “Acabamos a fase piloto agora, há umas duas semanas, onde foram realizados exames em 260 pacientes de um único centro (Hospital de Clínicas, de POA). O piloto serve para averiguarmos possíveis dificuldades práticas que podem surgir e assim facilitar para os demais centros onde coletaremos dados”, explica o Dr. Pietro.
“Meu papel é avaliar as retinografias (fotos do fundo de olho) à procura de alterações provocadas pela diabetes: hemorragias (sangramentos), edema (inchaço), alterações nas artérias e veias da retina (camada do olho que transforma a informação visual/luz em sinal elétrico que será carregado pelo nervo óptico até o cérebro)”, acrescenta o médico.
A diabetes mellitus no mundo e no Brasil está em constante elevação nas últimas décadas. Ela é considerada responsável por cerca de 5,7% da redução de anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs). Os voluntários da pesquisa são pessoas diabéticas de vários centros do Brasil. “Serão avaliadas duas mil pessoas para ver qual é a prevalência (proporção) de pessoas com alterações no fundo de olho pelo diabetes no Brasil”, salienta.
Essa “segunda fase” do projeto iniciará em fevereiro, nos demais centros do País. De acordo com o médico, a prevalência permite compreender o quanto é comum, ou rara, uma determinada doença ou situação numa população. “A minha participação na pesquisa é somente de forma remota. Recebo as fotos por um aplicativo/sistema online e faço os laudos”, frisa Pietro.
O médico montenegrino ressalta que já participou de várias pesquisas, mas esta é a primeira de abrangência nacional e com o apoio de uma sociedade médica de grande relevância (SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes).
“Acho muito interessante essa interdisciplinaridade (oftalmologia e endocrinologia) e a participação de vários centros em locais tão distintos em todo o Brasil. A pesquisa é de abrangência nacional, mas a coordenação está sendo feita aqui no RS, e isso também é um fator importante para mostrar que também se faz pesquisa no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo”, enaltece.
Até janeiro do ano passado, Dr. Pietro trabalhou com telemedicina/teleoftalmologia no TelessaúdeRS, realizando duas pesquisas fora do TelessaúdeRS, mas com contatos próximos. As duas pesquisas eram treinamentos de inteligência artificial, para avaliar o fundo de olho. Importante salientar que a pesquisa atual não utiliza inteligência artificial, mas faz a mesma análise do fundo de olho com imagens/fotos da retina.
Nessas pesquisas realizadas pelo oftalmologista da Unimed fora do TelessaúdeRS, Pietro se destacou e teve seu nome indicado pelo Dr. Fernando Malerbi – um dos pesquisadores-chefe da pesquisa científica nacional – para participar do projeto.