Primeiro contrato de suprimento de biometano do Rio Grande do Sul, está assinado o acordo entre a Sulgás, ainda por meio do governo estadual, e a empresa SebigasCótica. Dado como um marco na história do Estado, ele é ponto de partida para a inserção da fonte de energia renovável na matriz energética gaúcha. Foi a conclusão da chamada pública para a aquisição de biometano, lançada pela Sulgás no ano passado.
A proposta contempla a instalação de uma central de tratamento integrado de resíduos em grande escala nas proximidades do complexo do Polo Petroquímico de Triunfo. Segundo o governo do Estado, ela terá capacidade para receber resíduos de diversas empresas que serão transformados em biocombustíveis. A planta incluirá uma usina de produção de biometano originado a partir da transformação de resíduos da atividade agrossilvopastoril. O volume inicial de produção, para os primeiros cinco anos de contrato de suprimento, é de 15 mil m³/dia.
“Diversificar a fonte de suprimento, ainda mais neste momento de alta de preço do petróleo e gás, é um movimento importante para o mercado de energia. O biometano é uma fonte de gás local, que gera emprego e renda, desenvolvendo economicamente as regiões”, destaca o presidente da Sulgás, Carlos Camargo de Colón. “Esse projeto também poderá incentivar a instalação de novos empreendimentos semelhantes em outros locais, ampliando o acesso dos consumidores a um combustível com as mesmas especificidades e aplicações do gás natural.”
Montenegro, mesmo, está na vanguarda da produção do biometano com o trabalho iniciado pelo Consórcio Verde Brasil numa parceria entre a Cooperativa Ecocitrus e a Naturovos. A reportagem entrou em contato com o consórcio para saber se houve tratativas para envolver a entidade nesse atual contrato, mas não conseguiu retorno.
A nova planta, em Triunfo, irá beneficiar, inicialmente, clientes do próprio Polo Petroquímico. Deve iniciar operação em outubro de 2024, num contrato de dez anos. A previsão é que o biometano produzido também seja lançado no mercado gaúcho após os anos iniciais com a marca do GNVerde, já registrada pela Sulgás. O investimento no projeto será de R$ 150 milhões. De sua parte, a Sulgás investirá cerca de R$ 9 milhões em obras e equipamentos para a interligação da usina com a rede canalizada de distribuição de gás. (DM)