Veterinária luta pela causa animal e colabora com ONGs
Seguindo a série de matérias com as vencedoras do “Mulheres que Brilham”, hoje é a vez de conhecermos melhor a premiada na categoria Voluntariado. Ao todo, 11 montenegrinas foram escolhidas pela comunidade pelo seu espírito de liderança, empreendedorismo ou Voluntariado.
Mirene Fernandes Rosa Machado é a vencedora da categoria Voluntariado. Médica veterinária há mais de 30 anos, Mirene é filha de mãe artista e pai advogado e político. Sua infância foi completamente voltada ao meio rural, o que a fez se apaixonar pelos animais.
“Minha infância foi toda voltada à propriedade do meu avô, onde a gente andava a cavalo, recolhia o gado, tomava banho de açude. Eu gostava da lida. Muitas vezes as mãezinhas das ovelhas morriam e meu pai trazia as outras aqui para a minha casa onde tínhamos um terreno maior. Então criávamos as ovelhinhas até com mamadeira”, relembra. Mirene destaca que sempre foi uma alegria passar os dias no interior. “Na época meu avô tinha bastante gado e duas propriedades, muitas vezes alguns tinham as míiases, as bicheiras, e então tinham que ir de uma propriedade para a outra tomar os banhos carrapaticidas. Então o que eu mais gostava era aquele dia, recolhíamos o gado a cavalo e levávamos por quatro quilômetros pela estrada de chão. Era um dia de festa para mim”, destaca.
Mesmo gostando da vida na granja, por dois anos Mirene cursou Engenharia Química, mas ela tinha tudo para seguir o caminho que, no fim, seguiu, o da Veterinária. “Meu pai queria muito que eu fizesse porque ele sentia que eu ia ser mais feliz, como sou, realmente”, afirma. Após a escolha, Mirene foi bastante criticada pelos avós. “Eles achavam que era uma profissão muito machista. Nunca esqueço o dia que meu avô materno falou ‘minha filha, que profissão feia que tu escolheste’”, comenta, entre risos.
Quanto a todos os anos de profissão, Mirene declara que o mais difícil são as perdas dos bichinhos, mas o melhor de tudo é salvar animais. “Não existe um pior momento, sempre é muito ruim as perdas. Cada uma machuca um pouquinho o coração. Já os melhores momentos são quando a gente salva um animal, é a maior retribuição que se pode ter”, pontua.
Mirene atribui o ganho do prêmio ao seu trabalho voluntário com ONGs, sejam montenegrinas (Amoga e Cachorreiros e Gateiros), ou fora da cidade, com consultas e castrações a baixo custo. Só para a Amoga, Mirene castrou 102 animais no mês de abril, sem contar com as outras ONGs que a veterinária auxilia. “Eu acredito no meu trabalho aqui em Montenegro nesses 34 anos. Acho que foi o trabalho com as ONGs que fez as pessoas me escolherem. Eles sabem que a gente tenta ajudar da melhor forma possível”, finaliza.