Até o dia 23 de dezembro, mais de 20 artesãos locais e produtores expõem suas mercadorias na Praça Rui Barbosa
Quem olha de fora, pensa tratar-se apenas de artesanato e guloseimas. Mas as mercadorias expostas na 16ª Feira Natalina de Artesanato e Produtos Coloniais, iniciada ontem, oferecem muito mais à comunidade. Dedicação e sentimento são entalhados junto de cada detalhe.
São miudezas, panos de prato, lembrancinhas diversas, produtos coloniais, capa para térmica, guirlandas e enfeites em biscuit. Uma diversidade de produtos feitos em trabalhos manuais, muitos artesanatos, inclusive, com reaproveitamento de materiais, disponível logo ali, na Praça Rui Barbosa.
Na edição desse ano, aproximadamente 23 artesãos e produtores se envolvem, com muita organização e orgulho pelo que fazem. O horário de funcionamento é das 8h às 18h, de segunda à sexta-feira, sábados, das 8h30min às 21h e aos domingos o evento ocorre das 10h às 19h30min. O encerramento está previsto para dia 23 de dezembro.
No início da Feira, há 16 anos, eram menos participantes. O evento era fomentado principalmente pelos Grupos Organizados do Lar (GOLs). Quem faz esse comparativo é a artesã Leila Regina da Silva Kray, que desde o nascimento do evento é participante.
“E foi evoluindo, expandindo, agregando o pessoal da Amarti e do Mercado, como em 2018. E a Feira Natalina é isso. É a união de todos. Sempre tem uma coisa ou outra diferente a cada realização e o pessoal que vem procurar novidades. No artesanato a gente se doa; é cultura, saber. E eu coloco crochê em tudo que posso. Por trás de cada pontinho da técnica, tem uma história”, afirma a profissional, orgulhosa de seus trabalhos.
Pela primeira vez, Maria Elena Flores integra a lista de artesãs participantes. Com artes em crochê, conta que foi a convite da irmã que resolveu participar. “É uma experiência nova. A expectativa é a melhor possível, de vender e mostrar meu trabalho, que desenvolvo há 10 anos”, relata.
Conjunto para banheiro com quatro peças por R$ 140,00, jogo Americano de porta copos por R$ 30,00, tapetes em crochê por R$ 20,00. As mercadorias com preços diversificados oferecidos por Maria – assim como de outros profissionais – comportam todos “os bolsos”. “Um jogo de banheiro, por exemplo, demora uma semana para ser produzido. Acontece, claro, de muitos acharem o valor caro. Mas acredito que é por falta de conhecimento sobre a complexidade que envolve o processo”, termina.
Mais espaços para divulgar o artesanato
Rosane Flores e o marido Noé Flores produzem arte em biscuit e madeira. Há 7 anos participam da Feira Natalina de Montenegro. “Tem sido produtivo. Há o pessoal que tem como referência o evento anual e já nos procura, fielmente. Mas estamos na Cidade das Artes, acho que poderíamos expor mais, ter mais espaços de mostra. E a arte manual é assim, por mais que se faça 10 itens iguais, sempre há um detalhe diferente neles. É sentimento que colocamos, é tempo que empregamos. Fico horas envolvida nisso”, conta.
Noé destaca que a troca com o público, cliente, é sempre interessante. “Às vezes a gente produz uma peça que não gosta tanto e é por ela que o cliente se atrai. Acho que o grande desafio de ser artesão é a competição com as lojas, que produzem em grande escala”, pontua.
55Noé e Rosane Flores participam há sete anos da Feira Natalina e produzem arte feita em biscuit e madeiraCom produtos a partir de R$5,00 e valores que vão, no máximo, a R$ 60,00, o casal tem diversas mercadorias disponíveis à aquisição. De lembrancinhas a produtos mais elaborados, caso das placas em madeira, não falta opções.
A montenegrina Maria Bernadete de Azevedo conta que todos os anos prestigia a Feira. Cheia de lembranças olhando para os trabalhos, conta que já fez, por muitas vezes, crochê e guirlandas natalinas. “Hoje eu comprei um pacote de cueca virada e já comi todas. Eu pedi para a moça me dar o pacote com as maiores”, confessa.