Movimento de prevenção das cheias será Associação

Foco em ações efetivas em questões climática que afetam a região

Neste sábado, 9 de novembro, o Grupo Montenegro Unido na Prevenção das Cheias dará um importante passo na sua trajetória: a fundação de uma associação civil voltada para a luta contra os desastres ambientais e as cheias que assolam o município. A assembléia de fundação ocorrerá às 14h, no clube Caça e Pesca, e visa reunir membros da comunidade, lideranças locais e autoridades para discutir aprovar o Estatuto da entidade, sua diretoria e também a sua denominação.

O advogado ambientalista Danilo Fouchard Reche, um dos nomes à frente do grupo, explicou em entrevista ao Estúdio Ibiá, que a iniciativa de formalizar uma associação civil surgiu após os trágicos eventos de inundação que ocorreram em maio deste ano. Na ocasião, a cidade, assim como todo o estado, foi severamente afetada por inundações, que, segundo Reche, não deve ser confundido com uma simples enchente. O desastre levou um grupo de moradores a se reunir, inicialmente de maneira informal, para buscar soluções.

“Fomos crescendo, trazendo mais pessoas para o movimento, e concluímos que a melhor maneira de agir de forma estruturada seria criando uma associação civil”, afirmou o advogado. Segundo Reche, o foco da associação não será exclusivamente no enfrentamento das cheias, mas também no clima e no meio ambiente de uma forma mais abrangente. “O problema das inundações, por exemplo, é resultado de um desequilíbrio climático e ambiental mais amplo, que envolve a degradação das matas ciliares, o uso inadequado das áreas de morro e a falta de políticas públicas eficazes para o manejo da água e do solo”, salientou.

A nova associação, que será formalmente fundada no sábado, terá como um de seus principais objetivos promover o debate sobre as questões climáticas e ambientais do município. Danilo destacou a importância de envolver toda a comunidade, inclusive as escolas, em programas de educação ambiental. “A associação buscará atuar como um agente de transformação social, realizando campanhas de conscientização, levantando debates sobre políticas públicas e fiscalizando as ações das autoridades locais”, comentou.

Além disso, a associação almeja atuar em esferas mais amplas, pleiteando participação em conselhos municipais e buscando se posicionar em fóruns como o Comitê da Bacia do Rio Caí, essencial para discutir a gestão da água e dos recursos naturais da região. “Queremos ser uma voz ativa, capaz de provocar os órgãos competentes e garantir que as ações necessárias sejam efetivamente implementadas”, afirmou Reche.

O desastre climático levou um grupo de moradores a se reunir, inicialmente de maneira informal, para buscar soluções

Danilo salienta que a associação será voltada para a defesa dos direitos difusos e coletivos, que envolvem toda a população, sem distinção de classe social, localização geográfica ou qualquer outro fator. “As questões ambientais e climáticas são um problema de todos. O que está em jogo são os direitos de cada cidadão à proteção de sua vida, sua saúde e seu patrimônio”, ressaltou o advogado.

A fundação da associação será um evento aberto a todos os cidadãos, independentemente de morarem em áreas de risco ou não. “A associação é para todos, pois todos são afetados, de alguma forma, pelas mudanças climáticas e pelos desastres ambientais”, afirmou Reche. A ideia é que o grupo cresça e se fortaleça com a participação ativa da comunidade, para poder reivindicar de maneira mais eficaz os direitos coletivos e difusos relacionados ao meio ambiente e ao clima.

A Assembleia de Fundação, marcada para este sábado, será uma oportunidade para a comunidade discutir o futuro da associação, aprovar o estatuto e até mesmo votar no nome oficial da nova entidade. “O que estamos criando é um movimento com uma visão clara de futuro, que busca transformar o presente por meio da conscientização e da ação coletiva”, concluiu o advogado.

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