Faleceu no Hospital Montenegro, na manhã desta segunda-feira, vítima de uma parada cardíaca e de complicações decorrentes da Diabetes, o ex-vereador Ivan Flores Lopes. Ele ocupou uma vaga na Câmara entre os anos de 1997 e 2000 e chegou a presidir a instituição, como integrante da bancada do PDT. É na sede do Legislativo, junto à Usina Maurício Cardoso, que seu corpo está sendo velado até às 13h de hoje, quando será cremado em São Leopoldo.
Ivan Lopes tinha 67 anos e deixa a esposa Diandra, os filhos Carla, Jones, Jordana e Jordam, e três netos: Hallima e Shadia Nsrmohamed e Pedro Henrique Lopes. Sua morte foi lamentada por centenas de amigos nas redes sociais e durante o velório. O ex-vereador foi lembrado por sua fé inabalável, pela dedicação à família e pela honestidade, inclusive por colegas do campo político.
Durante o mandato como vereador, Lopes deixou o PDT, por conta de uma disputa interna com o então deputado estadual Paulo Azeredo. Optou pelo PP, mas, anos depois, admitiu que havia cometido um erro. Como a sigla já tinha nomes fortes para a Câmara, não obteve a reeleição e decidiu retornar ao PDT. “Na época, eu deveria ter agido com a razão. Fui para o PP por causa da minha amizade com o então presidente do partido, Remi Weyh, e com a dona Elocy (ex-secretária municipal da Saúde), que era do PP naquela época”, lembrou em 2014, em entrevista ao Ibiá.
Quando voltou ao Partido Democrático Trabalhista, o lugar de Ivan Lopes também já estava ocupado. Nas eleições de 2004 e 2008, ele concorreu novamente a uma cadeira na Câmara e, em ambas, terminou como suplente. Em 2009, o político e a família foram visitar uma filha que morava na Bahia e acabaram convencidos a abrir um negócio próprio por lá. Foi assim que nasceu o Mariscada Restaurante. Os negócios foram bem, mas a jornada era puxada. “A gente enfrentou muitos problemas de mão de obra”, explicou na época, ressaltando a dificuldade que era encontrar pessoas comprometidas. Quando saiu a aposentadoria do ex-vereador, a família decidiu voltar. Era 23 de janeiro de 2013.
Embora a política continuasse fervilhando nas veias, Lopes permaneceu afastado de seu epicentro até que, em janeiro de 2014, foi procurado por lideranças do PRB. “Amigos e conhecidos meus, da época em que trabalhei no Pólo Petroquímico, vieram falar comigo. Me convidaram para reformular o partido em Montenegro. Pensei bastante e resolvi aceitar o desafio”, contou.
Foi na condição de dirigente do PRB que Ivan assumiu um papel de destaque na campanha eleitoral de 2016, ajudando a eleger Luís Américo Aldana e Kadu Müller para a Prefeitura. Após o Impeachment de Aldana, ele foi convidado pelo novo prefeito a integrar o primeiro escalão, passando pelas secretarias de Desenvolvimento Rural e de Viação e Serviços Urbanos. Por conta da Diabete, no entanto, foi obrigado a se afastar da Administração há alguns meses. A doença, inclusive, levou à amputação de parte da perna direita. Mesmo “de molho”, ajudou como pode na campanha à reeleição do deputado federal Carlos Gomes.
Luto oficial de três dias
As mortes dos ex-vereadores Ivan Flores Lopes, ontem, e Douglas Hallam, no sábado, levaram o presidente da Câmara, Erico Velten, a decretar luto oficial no Legislativo por três dias. A medida é uma homenagem aos dois políticos por sua dedicação à comunidade.
Em nota divulgada à imprensa, Erico lamentou as perdas, especialmente a de Ivan Lopes, com quem conviveu mais de perto. “Montenegro perde uma liderança política, um homem com vocação de servir a comunidade”, declarou.
Já o prefeito Kadu Müller também assinou um decreto de luto oficial pela perda de Ivan Lopes, que atuou no seu governo em 2017 e no primeiro semestre de 2018.