Residentes lamentam que a rua Papa João Paulo II esteja abandonada pela Administração Municipal de Montenegro
Um terreno baldio e as condições de limpeza têm incomodado alguns moradores da rua João Paulo II, no bairro Olaria, como as aposentadas Ivone de Azevedo, 69 anos, e Lolita Soares, 53. São tantos sofás jogados pelo local, em uma área verde no fim da rua, que dá até para montar uma sala com os móveis. E não é brincadeira.
“Eu peço respeitosamente que os responsáveis pela limpeza pública municipal mandem limpar essa rua, que há muito não é notada. Quem cuidou da última vez, realizou melhorias no esgoto e limpeza, foi o ex-prefeito Paulo Azeredo”, destaca Ivone.
Outro problema, além da limpeza urbana, de acordo com ela, é o descaso com a área verde, propriedade particular, na frente da sua casa, de número 475. “As pessoas vem aqui, sem a menor educação e com o maior descaramento para largar lixo no terreno e acostamento. Sequer se importam com o meio ambiente, agredindo a natureza desse jeito”, desabafa.
Lolita, vizinha do lado de Ivone explica que existem impostos a serem pagos sobre tudo, mas que o serviço não é prestado exatamente como deveria. “Agora está tudo mais limpo porque nós fizemos isso. Nós que temos feito a manutenção da rua, pois tem épocas que não dá nem para descer de carro direito, sem precisar passar pelos matos. Estava até o meio da rua, mas outro morador perguntou se poderia colocar veneno nos brejos que invadiram a via”, explica.
Sobre a área verde em frente à residência, a aposentada enfatiza que é comum ver sofás e móveis atirados, lixos e até bichos mortos. “As pessoas não têm consciência, fico pensando nas consequencias para as próximas gerações. O problema são os mal educados. Por mais que seja limpo, sempre há coisas jogadas no terreno”, lamenta Lolita.
Alô, autoridades, população quer o retorno dos impostos
Ivone lamenta o fato da rua, que fica em um local pouco transitado por carros e até mesmo pessoas, tranquila e sem violência, estar em situação de abandono há tanto tempo. A falta de educação, até mesmo de vizinhos, de acordo com ela e a outra moradora também, é uma infelicidade. “E quando o proprietário do lote aqui da frente estava limpando para construir, alguém do setor de preservação, acho que municipal, veio e o impediu de continuar. Alegaram que é uma área verde, e a poda de algumas árvores é proibida. Parece que foi até para a Justiça e que o processo inclusive está em andamento. Mas ou a Prefeitura limpa, ou deixa ele construir”, queixa-se.
A última limpeza municipal, conforme relata, foi no começo do mandato do ex-prefeito Paulo Azeredo, em 2013. “A rua esburacada como está, eles colocam remendinhos. O pessoal todo paga impostos. O que eles fazem com esse dinheiro? Não tem cabimento eu, com quase 70 anos, ficar limpando inços com enxadinha” desabafa Ivone.
Para a área verde, ela sugere como opção que placas indicativas sejam afixadas no terreno, para que os desavisados não descartem incorretamente os lixos. Ou haja câmeras que registrem os relaxados, para que a Administração aplique multa posteriormente. E que as pessoas que costumam ter essa atitude coloquem os lixos em frente as suas casas e em suas próprias lixeiras. Sobre a limpeza da rua, a expectativa é de que algo seja feito.
Lolita, por outro lado, destaca a necessidade de contêineres próximos à área. “Cansamos de presenciar pessoas de fora encostarem o carro para tocarem detritos. Mas meu marido intervém indignado para que não descartem nada no local. É muito nojento, a nossa visão é aquela ali”, conclui.
Posicionamento da Prefeitura
Através de assessoria, o posicionamento municipal foi de que os moradores devem contatar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente para agendar a limpeza da rua. “Como houve este questionamento, o endereço estará na planilha do Diretor de Limpeza para a próxima semana. Em relação aos terrenos que ficam em frente às casas 475 e 455, são de propriedade particular e de responsabilidade do proprietário quanto a limpeza e cercamento”, informa a nota.
Ainda de acordo com a assessoria, mesmo sendo área natural de preservação, ela não é isenta de limpeza. “Mas por se tratar de propriedade particular, fica a cargo da Secretaria de Obras e Posturas fazer a fiscalização mediante denúncia. Quanto ao caso estar na Justiça, a Secretaria de Meio Ambiente desconhece e até o momento não foi notificada”, conclui.