Produção rural. Condições climáticas devem garantir bons frutos, mas produtores buscam por mais valorização
A abertura da 19ª Safra de Citros do Rio Grande do Sul ocorreu na propriedade rural de Vera Lúcia Viegas, na localidade de Calafate, interior de Montenegro. O evento, promovido pela prefeitura de Montenegro através da secretaria de Desenvolvimento Rural, foi realizado na tarde da sexta-feira, 25. O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, do Estado, Odacir Klein participou da cerimônia representando o governador José Ivo Sartori.
O secretário destacou a importância econômica da citricultura para o desenvolvimento do Estado. Conforme a Emater, este ano, a produção de citros deve chegar a 433 mil toneladas, sendo 162 mil do Vale do Caí. Já os números relacionados ao valor da venda dos produtos não chamam tanto a atenção.
Odacir Klein afirma que o governo do Estado tem grande interesse em estimular a citricultura, tendo em vista a geração de trabalho e de desenvolvimento que essa atividade proporciona às regiões onde está inserida. “Ao longo do tempo, o Estado veio criando mecanismos , como o programa de Fruticultura, depois criou as câmaras setoriais para reunir todos os elos da cadeia produtiva e também atua através da assistência técnica, prestada pela Emater. Com tudo isso, o Estado está estimulando, fortemente, o setor”, argumenta o secretário.
Em relação ao apelo dos produtores rurais para que haja redução de impostos, especialmente do ICMS, o secretário diz que o governo busca ser sensível a determinados setores da economia, mas faz ressalvas quanto ao tema. “Se sabe as condições em que se encontram as finanças do RS. Por isso, os incentivos fiscais devem ser os necessários, mas sem comprometer a arrecadação, de tal forma que não haja condições de prestação de serviços básicos”, justifica. Segundo ele, a demanda vem sendo discutida.
O prefeito de Montenegro, Kadu Müller, também reforçou a importância da citricultura. “Esperamos uma boa produção, que os agricultores estejam felizes, tocando a agricultura e fazendo os jovens permanecerem no campo”. Kadu prometeu melhorias para as estradas do interior para facilitar o escoamento da safra.
Protestos podem influenciar
O presidente da Associação dos Fruticultores de Montenegro, Fabiano Ost, está preocupado com o reflexo da paralisação dos caminhoneiros na colheita. Segundo ele, a colheita das bergamotas Caí e Ponkan, que já vinham ocorrendo, teve de ser interrompida. “Não se colhe nada na próxima semana”, enfatiza.
O maior receio do produtor é que isso interfira no valor de venda dos produtos. Hoje a caixa da bergamota é vendida, em média, a R$25,00, valor considerado baixo. Para Fabiano, o ideal é que o preço não saia dessa margem, ou os citricultores serão prejudicados. “Precisamos de combustível com valor mais baixo, mas esse movimento pode interferir na variação do preço do nosso produto.”, acrescenta.
Estimativas da safra
Das 433 mil toneladas de citros no Rio Grande do Sul, são 274 mil toneladas de laranjas; 150 mil toneladas de bergamotas; e 9 mil toneladas de limão.
162,5 mil toneladas de citros no Vale do Caí: sendo 48 mil de laranjas, 107 mil de bergamota e 7,5 mil de limão. Em Montenegro são
48 mil toneladas de citros, sendo 36 mil de bergamota, e 12 mil de laranja e limão