Durante o sábado, 28, e o domingo, 29, os Médicos do Sorriso estiveram em oficina com os inscritos de Montenegro. O projeto nasceu há 18 anos em Caxias do Sul, mas está ampliado para diversas cidades e estados do Brasil. Os profissionais levam palhaçaria e humanizam o ambiente hospitalar. O Espaço Braskem, na Estação da Cultura, virou espaço para muita brincadeira, bom humor e conhecimento com atividades que seguiram até às 20h.
Jamile Aguiar, 21, é uma das produtoras. Para ela, o todo o processo até a chegada dentro dos hospitais é transformador. “Você vê a mudança das pessoas, o nascimento das pessoas. O nascimento do palhaço é muito emocionante, porque ele nada mais é do que a criança interior da pessoa, a criança que estava machucada e vem no palhaço como uma forma de cura. É incrível”, destaca sobre as oficinas realizadas. “No trabalho em si é só amor, Médicos do Sorriso é só amor, porque depois que nasce um palhaço, nasce um coração, por isso é a nossa logo. O trabalho dentro do hospital é fantástico, absurdo, porque tu vê nascer os palhacinhos e depois eles fazendo nascer muito amor. É gratificante produzir este evento”, pontua.
Paola Rodrigues é uma das inscritas que participou da oficina. Ela conta que sempre trabalhou na área da saúde, como no HM Regional e Unimed Vale do Caí, o que lhe despertou interesse pelo projeto. Ela também compartilhou com o grupo que tem três filhos, sendo de 20, 16 e 6 anos de idade. O “do meio” teve o diagnóstico de autismo no ano passado. Quase ao mesmo momento, o menino teve depressão e passou por duas tentativas de suicídio, o que fortaleceu a ideia da participação no projeto. Segundo ela, a ideia é aplicar os conhecimentos com mais pessoas que conhece, a fim de ajudar o próximo.
Após o curso, Paola destaca que o curso só lhe trouxe coisas boas. “Foi maravilhoso. É um curso que a gente imagina ser uma coisa e é outra bem diferente. Mexe com o emocional e psicológico da gente. Digamos que eu não vá trabalhar como palhaça, eu vou levar muita coisa que eu aprendi no curso para a minha vida e meu dia para trabalhar com os meus filhos e com as pessoas que eu convivo. Foi um curso muito rico que me trouxe muita coisa boa. Somente gratidão”, conclui.
Junto de Jamile ministrando as oficinas em Montenegro estão Davi de Souza, diretor do projeto; e Rafael Domingues da Silva, também produtor. O projeto é realizado através da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei 8.313/91) – Ministério da Cultura, Governo Federal e em Montenegro teve grande apoio da empresa John Deere.
