O Ministério Público mantém o médico gaúcho e influencer digital Victor Sorrentino detido em prédio público do governo local. Segundo nota divulgada pelo órgão na sua conta oficial do Twitter, no dia 1º de junho, a detenção seria prorrogada por mais quatro dias, aguardando as investigações. Sorrentino – que é médico no Spa Tour Life, em Montenegro – é acusado de assediar uma vendedora mulçumana.
A nota ressalta que o médico é acusado de “agredir sexualmente uma garota egípcia” usando as redes sociais e, assim, teria violado “os princípios e valores da família e da sociedade egípcia”. Além disso, ele também teria desrespeitado “a vida privada da vítima”.
Sorrentino foi detido no domingo, 30, após o Ministério do Interior do Egito identificar o médico e a vítima. O vídeo, postado pelo próprio médico na sua conta do Instagram, viralizou depois de o grupo “Fala UP”, voltado às questões femininas no Egito, difundir o ocorrido, levando denúncias às autoridades locais.
Na gravação, realizada no dia 24 de maio, em um bazar turístico, uma mulher mostrava como o papiro é feito. Sorrentino pergunta a ela em português: “Vocês gostam mesmo é do bem duro, né?”. Depois, ele insiste, com tom sarcástico, e afirma: “E cumprido também fica legal, né?”. A vendedora, que não entende direito o que foi dito, sorri e responde “sim”.
O médico voltou à loja para desculpar-se com a vendedora, que assentiu. Sorrentino publicou um vídeo em seu Instagram registrando a conversa. “Foi apenas uma brincadeira de mau gosto”, afirmou. No momento a sua conta na rede social está privada.
Em contato com o escritório da advogada de defesa do médico, Amanda Bernardes, à reportagem do Jornal Ibiá foi alegado que não havia mais informações no momento. “A Dra. Amanda continua atuando como advogada do Dr. Victor no Brasil, entretanto, conforme orientado à família, serão contratados advogados egípcios para assumir este caso”, dizia a resposta.
Nessa quinta-feira, 3, a irmã do médico, Patrícia Sorrentino, divulgou através da sua conta do Instagram uma carta com um pedido de desculpas em inglês e em árabe. O texto é assinado por familiares dele e pela esposa. “Quanto aos recentes acontecimentos ocorridos no caso do médico brasileiro Victor Sorrentino no Egito, e aos danos morais e materiais causados a todos que foram afetados. Nós, a família de Victor Sorrentino, e em nome de Victor apresentamos um pedido oficial de desculpas à vítima, sua família e a todos os atingidos pelo caso. A todo querido povo egípcio e a todos os funcionários do Estado do Egito. Nós estendemos nossos sentimentos mais sinceros e nos comprometemos a reparar todos os danos materiais e morais. Pedimos que aceitem nossas desculpas”, diz a nota.
No Egito o assédio sexual foi criminalizado em 2014 e a lei prevê de multas ou de seis meses a três anos de prisão. Em 2020, o parlamento egípcio aprovou uma lei para manter em sigilo a identidade das vítimas de agressão e assédio sexual para proteger a reputação delas, e incentivá-las a registrarem os casos.