Valetas assoreadas e canos entupidos geram problemas para a comunidade de Campo do Meio, cansada de reclamar
A falta de manutenção adequada da estrada que liga Alfama a Campo do Meio é o motivo da reclamação dos moradores que ali residem. Ontem, após a enxurrada de domingo, eles observavam os estragos que foram ampliados em razão do serviço de má qualidade feito pela Administração Municipal. “A água veio lavando tudo. Não aconteceria se tivéssemos valetas”, observou Claudete Mello da Silva, 56 anos.
Inclusive, o marido de Claudete, Luiz Henrique Müller da Silva, 58 anos, já entrou com um pedido no Ministério Público requerendo a abertura das valas e o alargamento da via. “O que estamos pedindo é uma coisa básica”, reforçou Claudete. Segundo ela, na última vez em que as equipes da Prefeitura estiveram no local para arrumar a estrada e as valetas, a terra retirada da lateral não foi levada para outro local, voltando a obstruir a passagem da água. “Meu irmão liberou uma área para eles colocarem esse material”, destacou.
No domingo, Claudete e Luiz ficaram apreensivos com a possibilidade de a água voltar a invadir a sua casa, como aconteceu há cerca de quatro meses. “Tive que trocar todos os móveis da cozinha daquela vez. Desta vez não entrou água por dois dedos”, relatou. O prejuízo maior foi de outro casal, que tentou atravessar de carro a via invadida pela água e viu o seu veículo sofrer com problemas mecânicos.
Vizinho de Claudete e Luiz, Gelson da Silva Domingues, 60 anos, salientou que a via é de grande movimento, inclusive sendo por ali a rota do ônibus que passa pelo interior, e questionou o trabalho do Executivo. “Ao invés de mandarem um engenheiro para fazer um projeto, só mandam o cara da patrola”, reclamou. Ele lamentou ainda que, na última vez em que ocorreu a manutenção da via, há cerca de três semanas, uma patrola ficou atolada na valeta e, após ser retirada, não deu continuidade ao trabalho. Além disso, observou que a grande retirada de terra está fazendo com que o barranco desmorone.
A principal queixa da comunidade é a obstrução dos bueiros, que leva a água a invadir a via e causa ainda mais estragos. Além disso, eles também reivindicam a abertura de uma passagem de canos na “esquina” com a estrada que vai para Lajeadinho, fazendo com que a água entre diretamente num potreiro, sem precisar fazer a curva, que já está desmoronando em razão da força com que chega ali. “Conversamos com o proprietário do potreiro e ele permite isso”, destacou Claudete.
Secretário promete fazer melhorias, mas só em março
O secretário municipal de Viação e Serviços Urbanos, Ricardo Endres, admite que o problema existe e que as comunidades do interior realmente estão desassistidas. E reiterou que metade de seus funcionários está de férias e que, no momento, o maquinário da Prefeitura está sendo utilizado para realizar a terraplanagem do espaço onde uma empresa irá se instalar no Distrito Industrial de Montenegro. Pedindo um pouco mais de paciência aos moradores do interior, ele diz que, no começo de março, as máquinas voltarão a trabalhar nas vias de chão batido do município. “E ali será o primeiro lugar. Só mais uma semana e pouco e as máquinas estarão lá”, garante.
Sobre o incidente com a motoniveladora, ele diz que uma retroescavadeira foi enviada para continuar o trabalho. Porém, o que se observa no local é que montes de areia continuam acumulados às margens da via, perigosamente próximo das valetas.