Festa. Feriado de quarta-feira terá culto, carreata e galeto na Igreja da Ressurreição
No dia exato em que há 501 anos Martin Lutero promoveu a Reforma Protestante, a Comunidade Luterana de Montenegro realizará uma grande celebração. O feriado municipal inicia com celebração de culto festivo, a partir das 9 horas, na Igreja da Ressurreição, no Centro. Em seguida haverá carreata pela cidade e ao meio-dia galeto no salão paroquial.
O pastor Márcio Simões assinala que no dia 31 de outubro não é enaltecida a pessoa de Martim Lutero, que, ao contrário de algumas manifestações, não é um “santo da Igreja Luterana”. Os atos de louvor evidenciam o sentimento de gratidão somente a Deus, por ter feito sua reforma na cristandade. “Lutero foi apenas um instrumento usado por Deus, como tantas outras pessoas antes e após ele; homens e mulheres”, declarou.
E como uma das marcas da Igreja Luterana é a acolhida, o religioso reforça que todas as pessoas são bem-vindas na festa da próxima quarta-feira. Ele observa que muitos moradores conhecem apenas o externo da “igreja do relógio”, e desconhecem que a Igreja Evangélica de Confissão Luterana foi a primeira no município. “Podemos até mesmo considerá-la como a “Igreja mãe” de Montenegro, pois antes mesmo de nascer nossa cidade ali estava ela fundada”, argumenta.
Outras igrejas foram edificadas somente oito anos depois. A carreata será apenas para lembrar o motivo do feriado. Os galetos assados serão apenas para levar, incluindo seis pedaços de frango, pão, salada e maionese. A arrecadação será aplicada na manutenção de grupos e projetos.
Uma Reforma ampla que mudou rumos
Pastor Simões salienta que ter um feriado especial significa reconhecimento a um movimento que influenciou toda a cristandade no mundo, e não apenas na Alemanha; tão pouco se limitou ao campo religioso. Ele aponta que a Reforma Protestante abrangeu a música, o canto-coral, a economia, a educação, às artes, à saúde, a ética, as profissões seculares, dentre outros. “Hoje a cristandade vive e expressa sua fé, a partir de forte influência da Reforma promovida por Martim Lutero, independente da denominação”, defende.
Um exemplo dado pelo pastor são os cultos e missas realizados na “língua do povo”. Antes as celebrações eram em latim. A Reforma propôs popularizar a leitura e a pregação da Palavra de Deus, a fim de que todas as pessoas tivessem, não apenas acesso através da tradução da Bíblia, mas que tivessem fácil compreensão da mensagem. O mesmo aconteceu com a música. Primeiro os cristãos cantaram hinos de louvor a Deus, e depois então foram surgindo os corais. E foi neste conceito que Martin Lutero teve sua importância.
Lutero não queria criar uma nova Igreja
Lutero era doutor em Teologia, professor do seminário de Wittemberg e padre alemão. Ele jamais quis se separar da Igreja Católica, tão pouco ser o fundador de uma igreja personalizada. “Ele mesmo disse e escreveu várias vezes que seu nome deveria ser omitido”, revela Simões. Inclusive, marcou seu discurso a frase “que não se chamem por luteranos, mas sim, chamem-se de cristãos”.
Ao contrário, sua intenção era um debate público a cerca de práticas abusivas, que se apresentavam em nome do Papa. “Precisamos lembrar que junto a isso, existia também o desejo, tanto do povo, como dos príncipes, em se livrar das altas taxas e impostos cobrados pela igreja”, explica. O pastor recorda ainda que essa igreja era rica, detentora de grande quantidade de terras.
Simões acredita que Martim Lutero não foi entendido. Suas reivindicações iam contra os interesses religiosos, então foi excomungado e perseguido. “Teve o apoio de príncipes, nobres, bispos, religiosos e de grande parte do povo. E com isso o movimento da Reforma foi tomando força e se expandindo pela Europa”, descreveu.
Cartões para almoço
– Venda na Secretaria da Comunidade
– Rua Fernando Ferrari, 1307 – Centro
– De segunda à sexta-feira das 8h30 às 12h e das 13h30 às 18h
– Valor – R$ 18,00
*membros e integrantes dos grupos (Oase, Colégio Sinodal, Hospital Montenegro, Coral e outros) também estão vendendo.
