Conforme o cronograma – divulgado periodicamente nas redes sociais – a coleta seletiva no bairro Timbaúva é dividida em quatro dias. Nas segundas, é recolhido o lixo seco, em itens como plástico, papel, vidro e metal; e nas terças, quintas e sábados é a vez do lixo úmido, com restos de comida e papel higiênico, entre outros. Isso no papel. Na prática, não.
Conforme o advogado Sepé Tiaraju Campos, morador do bairro, faz mais de um mês que a coleta não atende o bairro nas segundas-feiras. Ele garante que separa o lixo seco, passível de recolhimento na data, mas diz que nada é levado. “Eu já nem coloco mais o lixo para fora nas segundas. Guardo dentro da minha casa. O problema é que, infelizmente, os vizinhos não têm essa percepção. Colocam tudo na rua e fica o mau-cheiro, os cachorros destroem e vem aquele ‘mosquedo’”, conta.
A Komac Rental é a empresa contratada pela Prefeitura para fazer o recolhimento. Em contato com a Administração Municipal, o posicionamento do secretário de Meio Ambiente, Adriano Chagas, é de que, ao contrário do que diz o morador, o serviço está normal. “Foi feita a verificação no GPS e a coleta no bairro Timbaúva vem ocorrendo regularmente”, colocou. Segundo Chagas, o que pode acarretar em acúmulo de lixo na rua é o recolhimento ser feito de manhã e os moradores descartarem seus resíduos posteriormente.
Para Sepé, fiscalizar o serviço via GPS não é válido. “A Prefeitura vem e diz que o caminhão passa. Não é verdade. Ele pode até passar na rua, mas ele não para. Se parasse, porque o lixo iria estar lá acumulado?”, aponta. “A gente paga imposto e precisa aturar o mau cheiro e as moscas. Tu não pode nem dormir de janela aberta para aproveitar o frescor da noite, porque entra o mau-cheiro. Isso é uma questão de saúde pública.”
Em novembro, o Jornal Ibiá se deparou com outro caso parecido. Morador da localidade de Faxinal, no interior, Daniel Rossi Klein informou que, por três semanas, não era atendido pelo serviço da coleta. Em contato direto com a Komac, o posicionamento era quase o mesmo: de que o trajeto do caminhão fica traçado na rota do GPS e que o motorista não teria como burlar as ruas pelas quais ele passa. Sem recolhimento, os resíduos de Daniel ficavam acumulados na rua.