Estradas. Ari Müller afirmou que estão sanados os problemas com saibro e maquinário
Antecipando a audiência pública marcada para segunda-feira na Câmara de Vereadores, a Prefeitura de Montenegro chamou ontem uma coletiva de imprensa para falar das estradas do Interior. Lado a lado, o secretário de Desenvolvimento Rural, Ari Müller, e o prefeito Carlos Eduardo Müller, o “Kadu”, garantiram que os dois entraves à manutenção destas vias – saibro e maquinário – estão resolvidos. Kadu também prometeu um cronograma de ações efetivas para o Verão, e culpou vereadores por não haverem projetos aprimorados para esta área.
O prefeito iniciou declarando que, nos 70 dias à frente da pasta, Müller já deu uma “boa resposta” aos agricultores. Ela foi alcançada especialmente após a frota de patrolas e caminhões ter sido passada dos Serviços Urbanos para a Agricultura, que dividem o uso dos equipamentos. Todavia, o sistema de trabalho implantado foi classificado como “apagar incêndio”. Desta forma, as equipes têm se revezando entre as comunidades para atender solicitações que chegam diariamente, revelando uma grande demanda reprimida herdada pela Administração.
Müller admitiu então que o serviço possível de ser realizado é paliativo. “Damos uma ajeitada”, comentou. Desta forma, segundo o secretário, 500 dos 600 quilômetros de estradas do interior teriam recebido algum tipo de atendimento, entre patrolagem, limpeza de valas, reconstrução de bueiros e conserto de pontilhões. Isso foi possível graças à compra de máquinas e caminhões, e do conserto de unidades há muito paradas.
Para suprir a falta de material o Município já comprou 108 cargas de saibro (R$ 16 mil) e 1.625 m³ de pó de brita, brita e rachão (brita maior). “Em Linha Catarina, a estrada principal está toda ensaibrada”, afirmou. Müller defendeu o trabalho lembrando ainda da estrada de Bom Jardim, segundo ele a pior situação, e que também recebeu atenção.
Saibreiras ainda não foram liberadas
Na coletiva foram apresentados números, incluindo da revitalização do parque de máquinas, especialmente através da compra de veículos. Todavia, um dos problemas não foi resolvido de fato, pois Montenegro continua dependendo da compra de saibro. O prefeito lembrou, primeiramente, que governos anteriores deixaram vencer as licenças das saibreiras exploradas na época, deixando Montenegro desassistida.
Neste período ocorreu mudança no processo de licenciamento, antes feito pelos municípios e apenas encaminhados a um departamento federal, e que agora é de inteira responsabilidade da Agência Nacional de Mineração (ANM). Isso tornou o processo mais demorado e burocrático. Ele garante que a parte documental que cabe à Prefeitura, incluindo analise de geólogo e biólogo, foram realizadas e encaminhadas a Brasília em maio.
Mas a liberação para extração ainda não foi assinada, ato que Montenegro projeta que deva acontecer apenas em setembro. Com esta saibreira em Lajeadinho liberada, a secretaria poderá para de “apagar incêndios”, e então montará um cronograma no qual toda a força de trabalho será deslocada para uma localidade e sairá somente após todas necessidades terem sido sanadas.
“Começar e terminar”, reforçou Kadu. O Município providencia as liberações de mais duas saibreiras, em Serra Velha e em Vapor Velho. A forma de pagamento aos donos – arrendamento, aluguel, permuta – será acertada individualmente. Na segunda-feira, 22, fecha o prazo de 60 dias para uma solução estipulado por Ari Müller na abertura da Safra de Bergamota. “Hoje não tem mais estrada intransitável”, declarou, ao reiterar que cumpriu sua promessa atendendo a demanda dos agricultores. O secretário ainda garante atenção ao interior. “Quero chegar até o fim do ano com as estradas em dia”.
Vereadores não aprovariam financiamento
Uma questão colocada ao prefeito Kadu foi do porquê Montenegro, a exemplo de outras cidades, não asfalta estradas do interior, ao menos naqueles maiores centros habitacionais e sociais. O chefe do Executivo declarou então que existe a vontade, todavia há um receio de enviar projeto ao Legislativo e vê-lo ser rejeitado por motivações políticas. “Principalmente neste momento”, comentou, referindo-se a uma forte oposição que, inclusive, o deixou com minoria na Câmara.
Kadu revelou que Montenegro tem capacidade de endividamento de R$ 26 milhões, mas isso não impediu que o projeto de financiamento para renovação da frota quase tenha sido recusado em 2018, sob argumento que seria “campanha eleitoral”. A aposta então tem sido buscar recursos federais, no Ministério da Agricultura, a fundo perdido e baixa contrapartida, ainda que Kadu tenha admitido que não há um projeto de melhoria viária no interior elaborado.
Atual frota da Secretaria
– Seis caminhões + dois novos a caminho;
-Três retroescavadeiras + duas em conserto;
– Uma carregadeira + duas em conserto;
– Três motoniveladoras + duas em conserto;
– Duas escavadeiras hidráulicas (poclain);
– Um trator de esteira e
– Uma roçadeira articulada em conserto + uma nova a caminho.
Reclamações pelo Facebook:
Daniel Duarte – “Passo da Amora, muito ruim. Cadê o asfalto prometido até a vendinha?”
Romaldo Souza – “Bairro Imigração, buraco, barro no Inverno e poeira no Verão.”
Patricia Pereira – No Porto Pereira rua Antonio Veríssimo da Silveira esta horrível. Cada buraco! Passa a patrola fica mais horrível ainda, pois não colocam nada de material.”
Jú Fernandes Gamarra – “O problema atual da cidade é que tanto o interior quanto o Centro… estão num descaso total. Qualquer canto da cidade que venhamos a passar podemos observar o descaso com os cidadãos, o descaso com nossos veículos e com nossa vida. Buracos e mais buracos, ruas em estado precário, prefeitura não limpa mais as ruas, o Centro está um caos, o cheiro da cidade nem se fala.. uma vergonha nos dias de hoje ser montenegrino!”
Eli Derlam – “A estrada Kettermann Lajeadinho está péssima.”
*Houve ainda das estradas São Jorge, Vapor Velho; Homero Martins da Motta; Sobrado Baixo; e de Sobrado Alto, Serra Velha e Bom Jardim. Entre Linha Catarina e Vapor Velho as melhorias foram elogiadas.