Rede de apoio fortifica potências da Escola Bernardino Luís de Souza

Através de parceria com empresa, necessidades emergenciais foram sanadas

“A gente é parte dessa comunidade e é nosso compromisso contribuir para o bem-estar coletivo”, afirma a diretora da Escola Bernardino Luís de Souza, Larissa Kayser. Graças ao olhar atento das professoras e da diretoria da instituição de ensino, as lacunas deixadas durante a pandemia foram motivações para fortalecer as potências da escola rural de Porto Garibaldi, em Montenegro.

Com 70 alunos do Jardim ao quinto ano do Ensino Fundamental em duas salas de aula, a Escola Bernardino Luís de Souza foi mais um dos educandários que registrou impactos da pandemia da Covid-19. Segundo a diretora Larissa Kayser, quando assumiu a escola em outubro de 2020 o ensino ainda era remoto, e o contato com os alunos ocorreu somente a partir de maio deste ano, com o início do ensino híbrido e posteriormente presencial. “Notamos que faltava o básico e não poderíamos nos omitir, pois a escola faz parte da rede de apoio das crianças e suas famílias”, contou Larissa.

Horta foi criada em pneus e cultivada pelos alunos. Horta foi criada em pneus e cultivada pelos alunos

Larissa conta que ela, juntamente com as professoras, notaram carências afetivas e emocionais, além da falta de materiais didáticos e roupas para o Inverno, assim como a espera pelas refeições também eram sistemáticas. “Então a gente se reuniu em um grupo de professores para pensar no que a gente podia fazer”, explica.

Foi então que a diretoria da Escola recorreu à Rede de Apoio. Larissa relata que foram mapeadas todas as grandes empresas localizadas na região, composta pelo polo petroquímico, e, persistentemente, relatou a situação em um pedido de ajuda. Foi assim que a Polo Films, localizada na BR-386, tomou conhecimento do cenário e visitou a escola. “Eles abraçaram a escola e começaram a estender a parceria”, fala.

A Polo Films disponibilizou cestas básicas (entregue todos os meses de julho a dezembro) material escolar de uso diário, utensílios de cozinha, palets para a construção de bancos e, ainda, proporcionou a visita de um especialista em meio ambiente que orientou o plantio de horta, falou sobre reciclagem e compostagem às crianças. A empresa também apoiou a festa de final de ano da escola.

Alfaces já foram colhidas pelos pequenos. Foto: Arquivo Pessoal/ Larissa Kayser

Para a diretora, a horta foi de grande valia, agindo como atividade multidisciplinar para as crianças. “A gente começou a trabalhar com as crianças uma vez por semana nesse espaço, e foi fantástico, eles adoraram. Eles acompanharam a preparação do solo, depois a plantação, o cultivo, até chegar na colheita”, diz. Mudas de alface, beterraba, cenoura, abóbora e brócolis são alguns dos plantios realizados pelos jovens.

De acordo com a professora Fabiana Medeiros, a horta foi muito trabalhada com os jovens. “Mesmo a gente sendo de um ambiente rural muitos não têm horta em casa. Então a gente fez questão de estimular”, comenta.

Com a ajuda de doações de pais, um local adequado foi montado e as crianças puderam começar a trabalhar na horta, desde a preparação do solo e montagem de composteira. João Vitor da Silva, de 9 anos, foi um dos alunos responsáveis a auxiliar na criação da composteira. Ele conta que já tinha uma em casa, e isso facilitou o processo. “O que eu mais gostei foi de desmanchar o chorume e colocar na horta”, fala.

Alunos utilizando os palets doados pela empresa. Foto: Arquivo Pessoal/ Larissa Kayser

Luis Felipe de Moraes, de 11 anos, também ajudou a desmanchar o chorume e colocar adubo nas plantas, e relata que a pequena experiência adquirida em casa ajudou. “Lá em casa tem uma horta e o meu avô trabalha plantando milho, melancia, melão, etc. Eu ajudava a minha avó a plantar os pézinhos de feijão”, conta.

A expectativa da direção é que a parceria com a empresa continue no próximo ano. “A nossa ideia para o ano que vem é fazer o projeto da escola todo voltado para a questão ambiental. A gente plantou uma sementinha e já colheu frutos esse ano”, concluí Larissa.

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