Citros do Vale carregarão identidade do coração

Certificação. Escolha foi por Selo de Qualidade que remeterá ao amor pela terra

Por questão de estratégia comercial, pois ainda não foi registrado, o Selo de Identificação de Qualidade dos citros da região ainda não pode ser divulgado. A única coisa que se pode dizer é que tem muito amor envolvido. Amor pelas origens no campo, pela família, pela terra. A ideia é que esses elementos afetivos sejam levados ao consumidor através da marca que será identidade das bergamotas, laranjas e limões.

Os membros da Associação de Citricultores do Vale do Rio Caí reunidos ontem no Clube Riograndense, em Montenegro, entenderam o conceito apresentado pelo consultor do IBB (Instituto Bye Brasil), Vinicius Prado, contratado pelo Sebrae-RS. Ele recordou quando durante reunião uma produtora que chegou atrasada justificou que, ao lado do esposo, estava colhendo bergamota desde o início da manhã.

Neste momento o estrategista de marcas entendeu que deveria sugerir o caminho da paixão e do comprometimento com a agricultura. Assim que o comprador olhar para o Selo de Identificação, deve ser tocado pela força do campo e pelo coração das famílias. “Nas palmas das mãos com calos, eles têm a memória da terra impressa”, declamou. Isso tudo se definirá em confiança na qualidade do alimento.

As próximas etapas serão para definição coletiva do visual: estilo de grafia, cores e formato do selo. Um debate que já iniciou durante a reunião, quando foi acatada a sugestão de acrescentar uma letra ao nome. O assistente técnico do Escritório Regional da Emater/Ascar, Derli Paulo Bonini, aposta que o Selo será colado nas primeiras frutas colhidas na safra 2020.

Para receber o selo tem regras
Bonini destacou o apoio do Sebrae, que é quem aporta recursos para a consultoria, atividades e missões técnicas. A instituição também foi parceira da elaboração do caderno de campo com regramento em relação ao cultivo. As determinações sobre raleio, adubo, poda e manejo de defensivo agrícola com observação do ‘período de carência’ (entre aplicação e colheita) deverão ser cumpridas pelo produtor que desejar receber a certificação.

“Quando o consumidor olhar o Selo, terá confiança que vai comprar uma fruta sem resíduos de agrotóxicos”, ilustrou. A exemplo de outros produtos agrícolas que já criaram sua identidade, Bonini defende a estratégia do citros do Vale ter sua marca, que representará nacionalmente a qualidade e sabor da fruta. Outra vantagem projetada é de agregar mais valor ao produto.

A atual presidente da associação, Elisandra Kehl, reafirma a concordância dos 66 integrantes da Associação (fundada em abril) em torno da importância de carregarem uma certificação. “É o primeiro passo para que nossa região, conhecida como berço da bergamota, tenha o reconhecimento de marca de qualidade com sustentabilidade”, projeta.

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