Ainda assim, atividades não devem ser associadas a rachaduras e tremores
A Mineradora Vera Cruz LTDA, por meio do executivo Fábio Seadi Lipp, finalmente se manifestou sobre o “desmonte” de rocha ocorrido no dia 4 de dezembro, que está sendo considerado a causa de um tremor de solo sentido na cidade. Fábio, que conversou com a reportagem do Ibiá após diversos pedidos, admite que houve atividade de desmonte naquele dia, mas que isso não está relacionado com o abalo. O executivo também descarta a possibilidade das operações na mineradora estarem causando qualquer tipo de prejuízos à comunidade, principalmente rachaduras em residências.
Fábio destaca que a mineradora atende a todas as normas imposta para a prática de extração de matéria-prima e que não há por que dar explicações sobre suas atividades. Ele reconhece que, na data do tremor, houve desmonte na empresa, mas explica que isso não gerou o abalo. Segundo ele, isso foi comprovado por meio de documentos entregues à secretaria municipal de Meio Ambiente.
O executivo acredita que ocorreu falha na comunicação, durante a conversa tida com a reportagem do Jornal Ibiá, no dia 5 de dezembro, em frente à mineradora. Na ocasião, ele não quis dar entrevista, pois já afirmava que não havia motivo para conceder explicações. Contudo, quando foi perguntado se ocorreu desmonte no dia anterior, ele disse que não. Porém, Fábio diz que a pergunta feita foi se houve desmonte por volta das 18h45min, e nesse horário, ele alega, realmente não teve. “Eu não escondi a operação”, sublinha. “Naquele dia, o secretário de meio ambiente, Adriano Chagas, ainda comentou que tinha contatado a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tinha sido informado sobre uma descarga elétrica e que ela foi sentida na cidade, até no centro. Nada disso está relacionado à operação na mineradora”, acrescenta.
Para Fábio, é impossível que um desmonte na pedreira possa ter reflexos a cerca de oito quilômetros do local das ações, conforme as reclamações. Além disso, ele explica que a vibração da queda das pedras ocorre no sentido inverso, onde só há morro. “A comunidade está de frente para o desmonte, ela só escuta”, salienta. “Isso é sentimento, não critério técnico. Rachaduras em casas não podem ser relacionadas ao trabalho da mineradora e, sim, a problemas na construção”, afirma.
As normas para a atividade respeitam a emissão de decibéis e partículas. Fábio também esclarece que a mineradora não utiliza dinamite nos desmontes. O material usado seria uma emulsão que provoca a expansão de ar dentro da pedra.