Hospital Montenegro: 92 anos de prestação de serviços à comunidade

Instituição projeta crescimento e novos recursos para 2023

Na última quarta-feira, 22, o Hospital Montenegro (HM) 100% SUS completou 92 anos de história e dedicação à saúde da população em Montenegro e região. Atualmente, o HM atende 14 municípios, sendo referência para 200 mil pessoas e tendo cerca de 550 colaboradores. A média de atendimentos no Pronto Socorro Regional é duas mil pessoas por mês e o plano operativo da instituição hoje aponta a realização de 70 cirurgias mensalmente. Mas nem sempre foi assim. Eliane Daudt, presidente da Ordem Auxiliadora de Senhoras Evangélicas, a OASE, mantenedora do HM, relembra dos primeiros passos, em grandes lutas, para que o HM se tornasse a referência que é hoje.

Desde o início da OASE, em novembro de 1911, a construção de um hospital que servisse o tratamento de doentes sem distinção de crença religiosa, posição social ou de nacionalidade estava nos planos. Eliane conta que 18 anos após a fundação da Ordem, em 29 de dezembro, ocorreu o ato solene de inauguração da Pedra Fundamental do futuro hospital, que foi inaugurado no dia 22 de fevereiro de 1931, já com o nome de Hospital Montenegro.

Dentre muitas batalhas vivenciadas, Eliane lembra que foram oito anos em que as senhoras da Ordem Auxiliadora lutaram para pagar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, durante as dificuldades financeiras, inclusive até mesmo colocando seus patrimônios para realizar o financiamento e então pagar dívidas de funcionários e fornecedores. Ela recorda que foram muitas noites sem dormir, mas pedindo ajuda divina. “Isso me incentiva muito a continuar. Eu sei que Deus nos ajuda, porque diz na bíblia que devemos cuidar do nosso próximo, e é o que estamos fazendo”, afirma.

Inaugurado em novembro de 2022, o PS é a entrega mais recente do HM

Passados tantos anos servindo aqueles com enfermidades, Eliane se pergunta: valeu a pena? “Estamos certos de que valeu. Deus abençoou esta obra de caridade. A tarefa de um hospital filantrópico não é fácil, porém, com o apoio de muitos irmãos de entidades governamentais e privadas, o hospital vai cumprindo com a sua missão”, ressalta.

Por isso, aproveita a oportunidade para agradecer aos funcionários e parceiros de longa data. “Todos merecem agradecimento diário, porque são pessoas que realmente fazem o que gostam, que é ajudar o próximo da melhor maneira que podem. Estamos sempre prontos a ajudar aqueles que precisam de nós, por isso estamos há 92 anos batalhando”, destaca.

Até hoje, o lema da OASE é “Viver para servir, eis a nossa missão”, o que, segundo Eliane, é vivido pela Ordem dia após dia. “Que todo paciente hospitalizado em Montenegro possa encontrar segurança, compreensão, amor e atendimento eficiente para que possa recuperar a sua saúde se assim for a vontade de Deus”, salienta a presidente.

Com parcerias, HM pode dar salto importante em 2023
Dificuldades financeiras ainda existem na instituição. Até hoje, conforme Eliane, os recursos públicos não são suficientes para o HM. “A gente sempre tem a esperança de alguém se sensibilizar e nos mandar recursos. Está acontecendo isso e eu acho que 2023 vai ser muito bom para nós”, analisa. Há também planos para atender particularmente no HM, mas, segundo Eliane, até hoje ainda não foi possível. Porém, já estão sendo feitos convênios, através do Consórcio Intermunicipal do Vale do Rio Caí, o Ciscaí, para as cirurgias eletivas, por exemplo.

90 anos do HM foram comemorados em momento crítico da pandemia com drive thru

Carlos Batista da Silveira, diretor técnico do HM, destaca que para 2023, a expectativa é grande. “Esperamos que as coisas tomem um outro rumo, com mais recursos e custeio da saúde, para que assim, a gente volte a atender mais especialidades, ter mais ambulatórios, fazer mais cirurgias e também estamos na batalha para trazer oncologia para cá. Com isso, talvez a gente consiga equilibrar o HM de novo”, enfatiza. “Se a gente conseguir fazer as parcerias que a gente está costurando este ano, o Hospital, em 2023, vai dar um salto muito importante tanto tecnologicamente quanto de obras. Também devemos conseguir financiar o Hospital”, acrescenta.

O centro obstétrico deve ser o primeiro passo. “Estivemos reunidos com a empresa que vai fazer a obra. Queremos, até o dia 15 de março, estar em atividade, com contrato assinado e começando a obra”, estipula Batista, que afirma que o valor para obra já está em mãos. São R$ 500 mil destinados pela emenda do senador Lasier Martins e R$ 800 mil advindos do projeto Avançar, do Governo do Estado. A previsão é de que a o centro possa ser entregue à comunidade ainda neste ano.

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