Apesar de as críticas voltarem-se à Administração Municipal, o descaso da população com os resíduos é evidente
Um leitor que mora no bairro Senai contatou o Jornal Ibiá para denunciar uma situação que é foco de queixas de muita gente: a falta de atenção a gestão do lixo na cidade. O local em questão fica próximo à ESF Esperança e à Escola Esperança – dois espaços para atendimento da população – onde existe um dos muitos contêineres de recolhimento que estão espalhados pelo município.
Ali, na Vila Esperança, os recolhimentos se dão três vezes por semana: nas terças, nas quintas e nos sábados. Esse cronograma é divulgado pela Prefeitura nas redes sociais e já até estampou uma matéria do Jornal Ibiá. Apesar disso, segundo o morador contatado, basta o caminhão da Komac Rental – terceirizada responsável pelo serviço – passar recolhendo os materiais, que o contêiner já volta a ficar cheio de novo. “O próprio povo que é relaxado”, critica o reclamante, que mora nas proximidades do ponto de coleta e preferiu não ser identificado.
O lixo gerado na populosa Vila é colocado tempos antes da coleta e, ali, produz mau-cheiro e atrai cachorros em busca de alimento. Os animais acabam rasgando as sacolas, espalhando os resíduos e a sujeira toma conta da calçada, que é uma extensão do pátio da Escola. Por vezes, cabe aos moradores próximos a realização da limpeza pela falta de conscientização dos vizinhos.
Na Esperança, o leitor conta, chegou a existir outro contêiner em um segundo ponto da Vila. Segundo ele, o equipamento foi “consumido”, e nem a Prefeitura sabe do seu paradeiro.
Contêineres são visados por vândalos
O suposto desaparecimento de um dos contêineres de lixo na Vila Esperança exemplifica uma infeliz situação que ocorre na cidade. Constantemente, os equipamentos acabam sofrendo vandalismo. Há poucos dias, em pleno Centro, um deles foi incendiado em frente à Unidade Básica de Saúde. Até hoje, seus restos derretidos encontram-se no asfalto da Rua Ramiro Barcelos.
Cada equipamento custa mais de R$ 2 mil para a Prefeitura. Eles começaram a ser adquiridos na gestão Paulo Azeredo, visando primeiramente a Ramiro. Depois, foram divididos em diferentes pontos da cidade. Ocorre, com isso, uma rotatividade, com os contêineres sendo remanejados conforme a necessidade.
O vandalismo não é de hoje. Desde o início do projeto – com o passar dos anos, novos foram sendo adquiridos – muitos tiveram rodas quebradas ou foram despedaçados. “É muito desanimador perceber a falta de consciência com aquilo que é público”, lamentou a gerente da Komac, Maroá Rocha, em recente entrevista.
Prefeitura também avalia os coletores
Ciente do vandalismo, recentemente a Prefeitura divulgou uma nota que anunciou um levantamento a ser feito da situação dos contêineres pela cidade. “Devido à necessidade de higienização e classificação das condições de uso em relação aos coletores de resíduos utilizados pela comunidade, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente informa que os coletores estão sendo recolhidos gradativamente”, apontou. “Após limpeza e avaliação das condições dos coletores, os mesmos serão realocados novamente em pontos de maior necessidade”.
A ação acabou trazendo outros problemas. Na Avenida Ernesto Popp, no Bairro Cinco de Maio, a falta de um ponto de recolhimento trouxe dor de cabeça aos moradores e comerciantes. Obrigados a deixar o lixo no chão, eles têm as sacolas atacadas por cães, que espalham os resíduos.
A Administração Municipal não se posicionou sobre o caso em específico, mas explicou, em nota, que o lixo e sua disposição adequada em via pública é de responsabilidade do gerador. “Assim, os estabelecimentos que fazem uso exclusivo dos coletores, devem procurar informações do uso apropriado junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, situada na Rua Coronel Apolinário de Moraes, 1705”, colocou.
O contrato assinado entre a Komac Rental e a Prefeitura estabelece que, para o recolhimento dos resíduos, estes devem estar em sacos plásticos de até 100 litros, o que nem sempre acontece. Os resíduos soltos, descartados fora desse padrão, não são de responsabilidade da terceirizada. Cada indivíduo precisa se encarregar do destino final do dejeto que produz. Para mais informações, o cidadão pode ligar para o número 0800 494 0900.