Hospital busca recursos da União e ampliação de serviços ao Estado
A Frente Parlamentar de Saúde da Câmara de Vereadores de Montenegro, criada na terça-feira, 25, fez sua primeira reunião nesta quarta-feira, 26. Na ocasião, foi constatado que o HM Regional precisa de um aporte de R$ 1,5 milhão para alcançar o custo mensal projetado de R$ 4 milhões. Presente, o prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta, ao lado da secretária de Saúde, Andreia Coitinho, dos diretores da casa de saúde, executivo Jeferson Alonso dos Santos, e técnico Dr. Jean Ernandorena, anunciou a abertura de negociação com o Governo do Estado visando ampliar os serviços prestados por meio do Programa Assistir.
Zanatta assinalou que, após uma reunião coletiva na terça-feira, onde o HM se tornou pauta principal, a secretária de Saúde do Estado, Arita Bergmann, compreendeu a necessidade de buscar soluções e agendou encontro online na manhã da quarta-feira. “Agora buscamos parceria com outros prefeitos para irmos à bancada federal gaúcha (em Brasília) mostrar a necessidade de aporte de recursos financeiros pra dentro do hospital”, salientou Zanatta. O diretor executivo esclarece que a proposta recebida não reformula o Assistir, mas “abre as portas” para agregar serviços que tragam um pouco mais de rentabilidade ao Hospital.

Serviços serão aqueles que a região precisa
Estes novos serviços serão definidos nos próximos dias, de forma técnica junto ao Estado, mas considerando as demandas prioritárias no Vale do Caí. “Tem que ser bom para o hospital; e tem que ser bom para os municípios, e tem que ser bom para o Estado. Não pode ser bom apenas para um destes entes”, declarou.
Na reunião online, que já contou com a presença da prefeita de Pareci Novo, Cristina Reinheimer, Arita apresentou algumas alternativas para aumentar os repasses, condicionadas à prestação de novos serviços. Entre eles, a criação de um plantão presencial de Traumatologia e um ambulatório de Neurologia. Outra possibilidade são as OCIs (Oferta de Cuidados Integrados). Na prática, trata-se de um conjunto de procedimentos a serem realizados por paciente no cuidado de uma doença ou agravo específico.
Veja entrevista com Prefeito e com diretor do HM
Assistir tirou R$ 1,2 milhão do HM
O presidente da Câmara, e também da Frente Parlamentar, vereador Talis Ferreira, abriu o encontro da tarde pedindo “sinceridade” da direção do hospital, pois já teria ocorrido de levarem uma queixa ao Estado, e ficar sabendo que a situação era outra. Em resposta, Jeferson Santos colocou relatórios na mesa, um deles apontado as perdas pelo Programa Assistir; que somente de novembro em diante reduziu R$ 700 mil mês. Este sistema implantado no governo Leite fez despencar o repasse mensal de R$ 1.760.000,00 (em junho de 2023) para R$ 548 mil mensais em 2025.
Ainda, entre 2014 e 2024 o déficit orçamentário do HM acumula 48%, sem reduzir o Plano Operacional (atendimento). A projeção do diretor técnico, Ernandorena, considerando a inflação nestes 10 anos, é que o HM deveria estar recebendo algo em torno de R$ 7 milhões/ mês, do Estado e da União. Mas a realidade é de R$ 2,5 milhões/ mês, sendo que o déficit de R$ 1,5 milhão será apenas para alcançar um custo mensal mínimo de R$ 4 milhões. Santos fez ainda duas garantias importantes, de que os salários dos servidores CLT estão garantidos e que o HM Regional não fechará as portas.
Aporte do Governo Federal
Neste momento o HM Regional tem garantido um aporte financeiro do Governo Federal de R$ 30 milhões para ajudar na recuperação financeira da dívida de quase R$ 70 milhões. Este valor, no entanto, depende do Congresso votar (em março) o Orçamento da União para 2025. Este ajuda Federal não precisará ser devolvido, logo não amplia a dívida. Santos destacou ainda o projeto do HM Regional no serviço privado de Saúde, a exemplo do IPE Saúde, para não depender apenas da receita do SUS.
