Escolas aguardam verba para reparar os telhados

Delfina, Polivalente, Ciep, Aurélio Porto e Moojen sofrem até hoje com estragos causados por temporal em outubro

Um temporal que atingiu Montenegro em 1º de outubro causou transtornos em todo o município. Árvores e postes caíram. Muitas casas sofreram avarias. Nem os prédios de algumas escolas saíram ilesos do fenômeno. Dentre as estaduais, nove apresentaram algum tipo de dano. Destas, cinco foram mais gravemente afetadas e recorreram ao governo Estadual para o envio de uma verba adicional emergencial que pagasse os reparos necessários. Só que, até hoje, mais de dois meses depois, o dinheiro não veio.

As grades caídas no Delfina Dias Ferraz ocupam a calçada há mais de dois meses, prejudicando pedestres

Nos fundos da Escola Delfina Dias Ferraz, a grade, que tombou com o peso de uma árvore derrubada pelo vendaval, ainda está caída na calçada. Com isso, o pátio da instituição está aberto. O diretor João Antonio Moreira conta que, pelo peso, a grade só pode ser retirada com um guindaste. “Como não está atrapalhando muito e não se corre o risco de roubarem, está ali, aguardando”, coloca. Cerca de 70 telhas de barro do prédio também foram perdidas, mas isso se reparou com um fundo próprio.

Na mesma semana do temporal, o Delfina encaminhou seu pedido de verba para a retirada e o conserto da grade à Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Seguindo os trâmites, a CRE repassa a solicitação para a Secretaria Estadual de Educação, que faz os encaminhamentos internos até a liberação. Até o fechamento desta edição, a Secretaria não havia se posicionado quanto ao andamento dos pedidos.

“Quanto mais tempo fica sem resolver, mais vai aumentando o prejuízo”, opina a diretora da Dr. Jorge Guilherme Moojen, Simone Nunes. A instituição também fez a solicitação do recurso emergencial após o temporal. Lá, o telhado foi danificado. Como o prédio tem cobertura com chapa, não se precisou interditar nenhuma sala. No entanto, com as chuvas que ocorreram entre outubro e hoje, a água tem acumulado no local, causando estragos. A diretora conta que encaminhou, na época, três orçamentos à CRE, com valor médio de R$ 1.200,00. Até agora, nada.

Quem também está no aguardo é a Dr. Paulo Ribeiro Campos, o colégio Polivalente. A quadra coberta de esportes da instituição foi completamente destruída pela força do vento. “A gente está sempre ligando (para a CRE) para saber uma posição”, conta a diretora Simone Castro. Espera-se o auxílio para a remoção dos escombros e a futura construção da nova cobertura. Para as telhas do colégio, que também foram avariadas, causando inundações nas salas de aula, foram utilizados recursos próprios no conserto.

Prejuízos no CIEP chegam a R$ 20 mil

A direção do CIEP precisou remendar o telhado do setor administrativo com folhas de zinco que tinha na escola

De todas as escolas, a Ivo Bühler foi a que mais contabilizou estragos com o temporal. O diretor da instituição, também conhecida como CIEP, Samuel da Silva Borges, estima que o prejuízo total chegue a R$ 20 mil. Com o destelhamento e a chuva sobre o setor administrativo, computadores, impressoras, a central telefônica e quase metade dos livros didáticos foram inutilizados. “A gente perdeu muita coisa”, lamenta.

O pedido de verba emergencial feito ao Estado foi apenas para a compra e colocação das telhas, com o custo orçado de R$ 7.000,00. Sem respostas, pedaços de telhas de zinco foram colocados provisoriamente para tapar os buracos e permitir que a escola seguisse funcionando. Em outro ponto do prédio, sobre algumas salas de aula, o telhado também foi perdido. Os alunos, então, foram realocados para outros espaços, até que se encontre uma solução.

Ainda chove na sala dos professores da Aurélio Porto

lonas colocadas sobre o prédio da Aurélio Porto foram doadas por pais de alunos e agentes da Defesa Civil

Quem passa perto da Escola Aurélio Porto vê de longe o remendo de lonas que cobre o prédio. O setor administrativo da instituição, com a biblioteca, laboratório de informática, secretaria e sala dos professores ficaram sem telhado com os ventos. Logo, a direção adquiriu tapumes e arrecadou lonas para cobrir a área. Com algumas realocações feitas, nenhum equipamento chegou a ser danificado. Na sala dos professores, no entanto, até hoje, ainda entra água.

Ali, metade da mobília foi guardada em outro espaço até uma solução. A luz raramente é acesa, pela preocupação com a fiação exposta ao tempo. A diretora Andréa Kerber Oliveira relata que, na terça-feira após o temporal (que ocorreu em um domingo), uma equipe da CRE esteve na cidade para avaliar as necessidades da escola, mas nada da liberação do dinheiro. Ela diz, ainda, que a opção pela verba emergencial se deu pela categoria do acontecido, que foi, de fato, uma emergência, e é direito da instituição. Com a aplicação de outros fundos, se deixaria de adquirir outros itens de necessidade dos alunos.

Algumas resolveram não esperar o auxílio
Na escola Adelaide Sá Brito, os problemas no telhado foram poucos, então a direção optou por utilizar verba própria já disponível. O mesmo fizeram a Yara Ferraz Gaia e a Cel. Álvaro de Moraes. Na Tanac, a empresa que dá nome à instituição arcou com os custos dos reparos necessários. Januário Corrêa, Adão Martini, Manoel de Souza Moraes, A.J. Renner, Promorar, Osvaldo Brochier e São João Batista não sofreram avarias com o temporal.
A reportagem não conseguiu contatar a José Garibaldi, mas não há registros de estragos na escola.

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