Usar o aparelho de maneira correta pode garantir uma economia de até 50%
Calor nas alturas, ar-condicionado instalado e controle na mão. Nessa situação, é comum as pessoas recorrerem a temperaturas mínimas para gelar o ambiente o mais rápido possível. O que muitos não sabem é que independente da temperatura selecionada, a capacidade e velocidade para resfriar o ambiente será a mesma, como explica engenheiro mecânico Paulo Silva Filho.
“A capacidade não muda, em ar condicionado se usa a unidade de medida em Btu/h, o setpoint de temperatura é apenas um controle para o usuário. Claro, quanto maior a capacidade, mais rápido se atinge a temperatura configurada e por consequência consumirá menos energia elétrica. Mas o fato de colocar em 17ºC não fará com que resfrie o ambiente mais rápido do que colocar em 23ºC, por exemplo. Isso apenas fará com que a máquina trabalhe mais e consuma mais energia”, salienta o profissional.
O engenheiro esclarece que, quanto maior a diferença de temperatura de dentro de casa para a rua, maior será a carga térmica do ambiente. Por isso, para ter uma economia na conta de luz e não sobrecarregar o aparelho, a temperatura indicada seria em torno de 22ºC a 24ºC. Dessa forma, o local a ser resfriado consegue atingir a temperatura desejada e o ar se desligará automaticamente por mais vezes durante o uso ou em alguns modelos reduzira a rotação, podendo chegar a uma economia na conta de luz de até em 50%.
“Se colocar na temperatura mínima do controle remoto, a probabilidade é de o ambiente demorar muito a chegar a tempera configurada, fazendo com que o aparelho fique trabalhando continuamente em carga máxima e em casos de “subdimensionamento” é provável que nem chega na temperatura mínima”, diz.
Além da temperatura, outro fator que deve ser levado em consideração na hora de resfriar os ambientes é a infiltração de ar e as condições dos lugares. Frestas nas janelas, aberturas de portas, calor da parede e vidros influenciam no clima, por isso, o engenheiro orienta a população a deixar as aberturas do ambiente fechadas.
Entre as consequências do mau uso, o engenheiro destaca o consumo elevado de energia elétrica e uma menor vida útil do compressor, motores de ventilação e controles eletrônicos do aparelho. Ainda, a avaliação de carga térmica não executada e uma instalação indevida também poderão acarretar em prejuízos aos consumidores.
Para não desperdiçar energia, é preciso que o ar-condicionado esteja de acordo com o ambiente onde está ou será instalado. Se for um ambiente simples, como uma sala retangular, existem aplicativos que podem ajudar, mas se for algo mais complexo, muito grande e que precisa de precisão no resultado, deve-se levar em consideração demais fatores. “A capacidade ideal está associada a um bom cálculo de carga térmica, no que tange aspectos de área a ser climatizado, número de ocupantes, aparelhos eletrônicos, aberturas [portas e janelas], tipo de material das paredes e vidros [laminado temperado] e posição solar do ambiente”, disse Silva.
Como fazer o cálculo
É preciso multiplicar cada metro quadrado por 600 BTUs e somar o resultado ao número de pessoas que costumam ficar no ambiente (+ 600 BTUs para cada, sem contabilizar a primeira pessoa) e à quantidade de equipamentos eletrônicos no local (+ 600 BTUs para cada aparelho).
“Por mais simples que um determinado serviço possa parecer, é sempre importante procurar ajuda de um profissional qualificado. Uma atividade com ART [Anotação de Responsabilidade Técnica], mostra ao cliente que seu trabalho está sendo acompanhado por um profissional habilitado”, completa o engenheiro.