Empresário diz que suspensão de limpeza foi por “calote”

“Desde setembro, a empresa está sem receber da Prefeitura Municipal pelos serviços prestados.” Com esse desabafo, José Valmir Silveira D’Ávila, proprietário da construtora JLV Ltda, que era responsável pela limpeza e varrição urbana de Montenegro, inicia o seu relato. Ele contradiz a versão do secretário municipal de Viação e Serviços Urbanos, Ricardo Endres, sobre a interrupção de contrato com a empresa, pela Prefeitura, para diminuir os gastos.

Os papéis comprovam. O valor da dívida do governo municipal com a JLV soma R$ 1.595.711,00. No montante, estão discriminados serviços de limpeza, reparações, transporte escolar, recuperação de redes de microdrenagem e R$ 910 mil do asfaltamento feito no bairro Germano Henke, em setembro.

“Dos 13 anos em que a construtora existe, nenhum contratante suspendeu contrato. Como não estávamos recebendo, no dia 24 de novembro do ano passado, foi emitida uma notificação para a Prefeitura. Se não houvesse a quitação até 10 de dezembro, o serviço seria paralisado. Como o valor não foi pago, a opção foi a paralisação, no dia 9 de fevereiro. Não tem nenhum outro motivo justificando. A construtora parou porque não recebeu”, destaca.

De acordo com Valmir, 80 funcionários que faziam os trabalhos referentes aos contratos não pagos pela Prefeitura, precisaram ser demitidos. “Devidamente indenizados”, salienta. Ele chegou a contatar o município posteriormente, porém, a resposta que obteve é de que não havia dinheiro e nem previsão para pagamento das despesas.

Para a obra no Germano Henke, de setembro, nem nota teria sido emitida ainda. “A alegação do Município é que não tem todos esses valores para repasse. As cobranças judiciais e os processos estão todos documentados”, conclui o empresário, ressaltando que apenas quis “esclarecer as inverdades”.

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