Elas se multiplicam e fazem de tudo pelos filhos

Dia das Mães. Em meio à pandemia, mamães valorizam período de quarentena com os filhos

Guerreiras, incansáveis, batalhadoras, confidentes, protetoras… Esses são apenas alguns adjetivos para as mães, que se multiplicam diariamente para oferecer o melhor para seus filhos. O Dia das Mães é comemorado neste domingo, 10 de maio, mas deveria ser celebrado todos os dias do ano, pois são elas que estão por perto nos momentos bons e ruins, e lutam acima de tudo para ver seus filhos felizes

Em tempos de pandemia, mães e filhos estão mais próximos, já que a orientação dos órgãos de saúde é para a população permanecer em casa neste período. Muitas vezes, devido à exaustiva rotina de trabalho, as mães acabam não “acompanhando” o crescimento dos seus filhos e passam poucos momentos do dia com eles. Por isso, a quarentena tem servido para aproximar ainda mais as famílias.

Mamãe da pequena Maria Antônia, de apenas dois anos, Camilla Zanenga Braga destaca a mudança na rotina provocada pela pandemia do novo coronavírus. “Desde os primeiros momentos, ser mãe é uma montanha russa de sentimentos. E nesse período de quarentena, isso vem ainda mais à tona. A nossa rotina mudou bastante, porque antes ela tinha a creche e eu o trabalho. Em casa, a gente acaba relaxando um pouco com os horários, e manter as atividades de trabalho com uma criança junto é muito difícil”, frisa.

Apesar deste período inédito vivenciado pela nossa geração, Camilla tem aproveitado cada minuto mais perto de Maria Antônia. “Procuro ver o lado bom nisso tudo. Ter esse tempo para estar com ela é muito bom, porque, às vezes, as mães têm que lidar com a culpa de deixar os filhos para se dedicar às suas necessidades e vontades pessoais e profissionais. Por mais banal que soe, no coração de mãe isso dói”, pontua.

Camilla e a pequena Maria Antônia têm aproveitado cada momento para curtir uma a outra neste período. Fotos: arquivo pessoal

Aos poucos, a rotina de Camilla vai voltando ao normal. Com isso, ela recorre aos familiares que não são do grupo de risco para auxiliar com a pequena Maria Antônia. Além disso, as professoras da creche estão abastecendo mãe e filha com propostas de atividades. “Acho maravilhoso. A gente brinca de pintar, desenhar, colar, ler e assistir televisão. Porém, sinto que ela sente falta da interação com outras crianças e do desenvolvimento que isso proporciona a eles”, comenta. “Quero dizer para todas as mães que estamos juntas nessa. Não merecemos nenhum tipo de julgamento e certamente o que escolhemos é sempre pensando no bem dos nossos filhos. Que essa fase sirva como uma oportunidade de conviver e dar maior atenção para as crianças”, acrescenta Camilla.

Na residência de Raíssa Joner e do pequeno Noah, também de dois anos, a rotina foi alterada completamente a partir do decreto de quarentena. Mãe, pai e filho estão em casa e mudaram alguns hábitos nas últimas semanas. “Passamos a acordar mais tarde, automaticamente vamos dormir mais tarde à noite também. Isso é ruim. Além disso, em casa fazemos uma coisa que antes não tínhamos o hábito: comemos mais. Acho que o tédio gera uma ansiedade maior e faz a gente procurar a geladeira mais vezes”, observa.

Assim como Camilla e Maria Antônia, a mamãe Raíssa e o pequeno Noah também recebem atividades da escola diariamente e se multiplicam para executar as tarefas. “Tiramos um tempo do dia para realizar as atividades com o Noah. Essa parte tem sido bem difícil, porque sem os colegas por perto, ele não se prende por muito tempo em nada e não tem paciência para executar as propostas da profe. Mas insistimos”, salienta.

Raíssa reitera que a pandemia afeta diretamente a economia, mas enaltece a questão familiar como um aspecto positivo que a quarentena tem proporcionado. “Ficamos muito tempo juntos, brincamos, assistimos os desenhos favoritos dele, preparamos as refeições em casa, fazemos toda a rotina doméstica – essa parte é péssima. Tem dias que passamos só no pijama. Acredito que muitas famílias se conheceram de verdade nesse período”, enfatiza.

Na casa de Raíssa e Noah, a rotina foi alterada completamente durante esse período de quarentena. Fotos: arquivo pessoal

“O amor vale mais que o dinheiro”
Mãe de cinco filhos, Marlise Cardoso Pereira, mais conhecida como Mary, tem se desdobrado em casa, ainda mais durante a quarentena. A filha mais velha, Yndiara, 17 anos, trabalha e auxilia Mary. Wagner, 14 anos, Eric, 12, Cyara, 10, e Kamilly, 8, estão em casa com a mãe neste período. “Essa turminha tá difícil de lidar, mas a pandemia tem servido para vermos quanto o amor vale mais que o dinheiro. Evidente que todos precisamos de dinheiro e trabalho, mas esse tempo tem servido para valorizarmos mais a família”, afirma a mãe.

Mary relata as dificuldades que enfrenta no dia a dia, mas faz de tudo para ver seus filhos felizes. “Não é fácil, nem sempre tenho um pão para oferecer. Já deixei de comer para dar alimentos a eles. Tem muita gente reclamando de barriga cheia. Aqui, eles fazem os trabalhos escolares e realizam brincadeiras em casa, usam máscaras quando saem para a rua. Oriento todos eles a terem cuidados e se protegerem”, conclui.
Independente das dificuldades enfrentadas pela população atualmente, o que ficará após a pandemia é o amor.

Últimas Notícias

Destaques