Evento abordou também os desafios do envelhecer no Brasil, país que tem cada vez mais pessoas na terceira idade
A Câmara de Vereadores de Montenegro recebeu dezenas de montenegrinos na IV Conferência Municipal da Pessoa Idosa nesta quarta-feira, dia 7. O evento, que teve como tema “Os desafios de Envelhecer no Século XXI e o Papel das Políticas Públicas”, buscou conscientizar a população sobre os direitos dos idosos e os caminhos necessários para garantí-los.
A Conferência teve diversas atividades, entre palestras, oficinas temáticas e ginástica laboral. Integrante do Conselho Estadual do Idoso e representante da Secretaria Estadual de Saúde, Joana Finkelstein Veras explica que essa parcela da população é crescente e merece atenção especial. “Em 2014, 13% dos brasileiros eram idosos e agora esse número aumentou para 16%. Além disso, é importante salientar que o Rio Grande do Sul apresenta uma estatística acima da média nacional”, observa. “Para 2050, a estimativa é que esse dado alcance 30% da população. Dessa forma, é preciso discutir de que maneira podemos garantir que os direitos das pessoas idosas sejam efetivados.”
Com o objetivo de fomentar e elucidar o debate, Joana ministrou a primeira palestra durante a manhã, falando dos direitos fundamentais na construção das políticas públicas, na emancipação humana e on papel dos Conselhos de Direitos na efetivação do controle social pela geração e implementação das leis. “Esse evento é extremante importante para que essas pessoas se tornem protagonistas no cumprimento das leis”, completa a palestrante.
Na avaliação da secretária do Conselho Municipal do Idoso (CMI), Guacira de Freitas, a conferência superou as expectativas, tanto no número de participantes quanto na qualidade dos debates levantados. “De todos que aconteceram até hoje, esse foi um dos melhores, sem sombra de dúvida, o que nos deixa muito felizes e nos faz ter a certeza que esse é o caminho certo, já que a terceira idade é o futuro de todos nós”, completou.
Quem também contribuiu ao evento foi o advogado Gerson Lutz Hallam, que destacou os maiores desafios no atual cenário quando se trata de garantia dos direitos. Para ele, o enfrentamento entre o idoso e a legislação é um pontos crucial, uma vez que a Constituição estabelece esses princípios, porém, não apresenta os instrumentos necessários a sua aplicação.
“Isso acontece por uma questão de estrutura e de recursos financeiros. Dessa forma, por mais que ela (a lei) esteja registrada, você não consegue atender essa legislação e levá-la até o cidadão”, avalia o advogado, que vai além em colocação. Ele adiciona que “diante disso, é preciso mobilizar os conselhos, acessar o Ministério Público ou recorrer a uma via judicial”.
Envelhecimento com qualidade de vida
Além dos debates sobre as garantias dos direitos fundamentais dos idosos, a psicóloga e psicanalista Paulina Pölking contribuiu com o evento explicando que o envelhecer com qualidade de vida envolve muitos fatores. Segundo ela, o bem-estar físico e psicológico, independência, relações sociais, ambiente de trabalho, lazer e religiosidade também precisam de atenção.