Cruzamento da Capitão Porfírio exige mais atenção

Comerciantes e moradores sugerem instalação de sinaleiras e quebra-molas para reduzir riscos de acidentes no local

O cruzamento entre as ruas Capitão Porfírio e José Luiz, no Centro, têm sido palco de inúmeros acidentes nos últimos meses. A falta de respeito às leis de trânsito, agregada à imprudência dos condutores, expõe a vida de pedestres e outros motoristas que transitam por ali ao perigo. Apesar de toda a sinalização no local, muitos ignoram e ultrapassam até onde há um sinal indicativo de PARE. Outros tantos trafegam na contramão em uma via de sentido único, a Capitão Porfírio.

De acordo com comerciantes e moradores da região, uma das soluções para amenizar o problema – pois segundo eles sanar de vez não será possível – é a implantação de uma sinaleira ou quebra-molas no cruzamento entre as vias. Na última quinta-feira, em mais um acidente no trecho, um dos carros invadiu a calçada, e, com a violência da batida, colidiu em um prédio comercial. O abalroamento entre os dois carros, um GM Corsa picape, placas de Montenegro e um Peugeot 307 SW, placas de Porto Alegre, foi por falta de prudência de uma condutora que desrespeitou a orientação de parar.

Paulo Henrique da Silva, 37 anos, morador e proprietário de um mini-mercado na rua Capitão Porfírio, diz que, principalmente por isso, a via torna-se perigosa também para pedestres. “Imagina se alguém estivesse passando pelo local na hora da colisão. Seria prensado entre a parede e o automóvel”, enfatiza.

Ele destaca que durante o dia, o problema é principalmente a falta de atenção dos motoristas, mas que, à noite, o excesso de velocidade é o maior fator gerador dos acidentes. “De uns tempos para cá, piorou. Têm ocorrido mais batidas. Inclusive, muitos trafegam na contramão e, quando vamos olhar as placas, são de Montenegro mesmo”, afirma.

A instalação de uma sinaleira no local não é garantia de fim dos acidentes, assinala Paulo. “Nas esquinas da Madeireira Rigon e da loja Paratodos foram instalados semáforos e as batidas de veículos ainda ocorrem. Talvez um quebra-molas na rua José Luiz, antes do cruzamento com a Capitão Porfírio ajudasse. Os motoristas teriam de reduzir bastante. Pelo menos, a colisão não seria tão forte”, aposta.

Diretor promete levantamento
De acordo com o diretor de Transporte e Trânsito da Prefeitura Municipal de Montenegro, Alex Sandro da Silva, um levantamento estatístico poderá ser feito no cruzamento para averiguar as possibilidades de melhorias, já que o local é cenário de diversas colisões. “Apesar de o trecho ser bem sinalizado, algumas medidas podem ser adotadas. Sempre que acontece um acidente ali, é porque alguém não respeitou a sinalização”, conclui, recomendando que os motoristas sejam mais atentos.

Rosane
Rosane Dannus conta que um automóvel já subiu a calçada do escritório em que trabalha

Carro em cima da calçada
O acidente da última quinta-feira não foi um caso isolado. Rosane Dannus, secretária de um escritório de advocacia situado no local, afirma que, em outra situação, um automóvel invadiu a calçada do prédio em que trabalha. “A cada freada, o meu coração acelera. Estou ficando traumatizada”, relata.

A saída mais viável, de acordo com ela, seria a instalação de uma sinaleira no entroncamento, principalmente pelo fluxo maior de veículos em período letivo. “Estou sempre apreensiva. Inclusive não estaciono mais meu carro por aqui. Acontece frequentemente de haver batidas nos veículos estacionados. Sem contar o tráfego na contramão, que é muito comum. Já vi até motoqueiro nos ‘ares’. Fiquei pensando, quando ele caísse, como seria”, conclui.

Silvia
Trabalhando desde novembro na rua Capitão Porfírio, Sílvia Rodrigues já presenciou três acidentes

Há pouco mais de dois meses trabalhando como manicure em um salão na Capitão Porfírio, Sílvia Rodrigues, 24 anos, já presenciou três colisões. O excesso de confiança, de acordo com a funcionária, é o que mais coloca em risco a vida dos condutores. “Eles acham que, por aqui, não tem muito movimento e invadem, além de guiarem pela contramão. Não respeitam a sinalização. Precisaria de um quebra-molas para eles moderarem”, sugere.

Mas o motivo principal para tantos abalroamentos na esquina é a imprudência? Segundo Terezinha Fortes, 71 anos, não. Ela, que reside há 25 anos na rua José Luiz, próximo à área mais crítica, diz que o aumento da frota de carros na cidade também contribui para os acidentes.

Por outro lado, Terezinha admite que falta atenção. “Ontem estávamos comentando aqui em casa que precisa de sinaleira e quebra-molas na Capitão Porfírio. Motoristas e pedestres são, toda a vida, imprudentes! Nesta semana, por exemplo, vi no Centro , quando a sinaleira estava aberta, uma pessoa atravessando em frente aos veículos. É um absurdo”, comenta, espantada.

Últimas Notícias

Destaques