Propostas discutidas serão levadas ao G20
Com o objetivo levar as demandas das comunidades ao G20, a Central Única das Favelas (Cufa) realizou, no último dia 24, a Conferência Estadual das Favelas no campus Zona Sul da Uniritter, em Porto Alegre. O evento, que seguiu uma série de conferências municipais promovidas em 12 cidades do Rio Grande do Sul, inclusive em Montenegro, contou com a presença de representantes de diversas favelas gaúchas, autoridades e especialistas, reunindo um panorama abrangente das necessidades e aspirações das comunidades locais.
Rogério dos Santos, coordenador da Cufa Montenegro, esteve presente na conferência estadual. Ele destaca o evento como um passo importante para levar as vozes das comunidades de favelas diretamente aos centros de decisão, como o G20. “A participação ativa das favelas na construção de propostas é essencial para garantir que suas demandas sejam ouvidas e atendidas”, afirma.
A 1ª Conferência das Favelas de Montenegro foi realizada no último dia 15 de junho, e preparou o terreno para as discussões estaduais. Durante o evento, foram abordados problemas e dificuldades enfrentados pelas favelas do município, estruturados em quatro eixos principais: Redução das Desigualdades, Direitos Humanos, Raça e Gênero, Desafios Globais nas Favelas e Periferias, e Sustentabilidade.
Entre os principais problemas levantados está a dificuldade das mães em acessar vagas em creches, o acompanhamento inadequado de crianças com necessidades especiais nas escolas e a falta de um vínculo consistente entre a saúde e a comunidade devido à alta rotatividade dos profissionais de saúde. A conferência municipal levou como proposta a necessidade urgente de uma política que garanta o direito das crianças a uma educação de qualidade e o apoio necessário às mães para que possam retornar ao mercado de trabalho sem prejuízos para seus filhos.
Demandas vão para o G20
No que se refere aos desafios globais enfrentados pelas favelas e periferias, as discussões na Conferência Estadual das Favelas abordaram problemas de saneamento básico, transporte público e acesso à internet. As demandas colhidas em nível estadual foram selecionadas para serem levadas à conferência nacional. Entre as propostas destacadas estão o combate à fome através da agricultura urbana e cozinhas solidárias e o fortalecimento das políticas de geração de renda. Além disso, foram propostas políticas para melhorar a infraestrutura das favelas, incluindo saneamento básico e transporte público.
A conferência estadual consolidou as principais demandas das favelas do Rio Grande do Sul, preparando o terreno para uma representação mais eficaz das necessidades e aspirações das comunidades no cenário nacional e internacional. “A participação ativa das favelas nas conferências municipais e estaduais é fundamental para que suas vozes sejam ouvidas e suas necessidades atendidas nas esferas de decisão superiores”, conclui Rogério.
As propostas discutidas e aprovadas na conferência nacional serão parte de um relatório final que contribuirá para um documento abrangente de políticas públicas voltadas para moradores que tiveram voz, vez e participação cidadã. O documento será submetido aos chefes de estado e governo na próxima cúpula do G20, que será realizada em novembro, no Rio de Janeiro.