A 33ª Feira do Livro de São Leopoldo homenageará Ulisses da Motta por contribuir culturalmente para a cidade através de suas produções cinematográficas
Com uma carreira repleta de trabalhos realizados no campo cinematográfico brasileiro, o cineasta montenegrino Ulisses da Motta será o homenageado da próxima 33ª Feira do Livro de São Leopoldo. A homenagem é um reconhecimento pela contribuição do profissional para literatura do município a partir da carreira audiovisual.
Na trajetória, além de dirigir diversas produções, o cineasta coleciona 6 curtas-metragens de ficção, documentários, videoclipes, projetos para TV’s, exerceu a função de preparador de elenco e assistente de direção. Entre os trabalhos mais conhecidos, está o curta Kassandra, premiado nacional e internacionalmente, entrando para a lista dos 25 melhores filmes de terror do Brasil.
Apesar dos prêmios e sólida carreira, o homenageado conta que ficou surpreso ao receber o convite por conta de um momento delicado na vida pessoal. Em 2016, ele descobriu a existência de um linfoma e passou os dois últimos anos cuidando da saúde após um transplante de medula óssea.
“Essa notícia foi muito surpreendente porque eu estava voltado para minha recuperação e olhava para minha vida profissional como algo muito distante, uma coisa que iria retomar do zero quando fosse possível”, conta o cineasta, que ainda se recupera. “Esse convite me deu uma injeção de ânimo e me fez perceber que não é recomeçar do zero, mas sim retomar de onde parei, por isso, estou muito grato com a homenagem, já que ela está me ajudando em diversos sentidos.”
A Feira do Livro sempre conta com duas figuras importantes, sendo o patrono e o homenageado do ano. Neste, a escolha do cineasta se justificou pela contribuição do trabalho cultural que ele desenvolve para a cidade a partir das suas produções artísticas.
No evento, que acontecerá entre os dias 10 e 16 de setembro na Praça Tiradentes, será feita a leitura parcial do roteiro do longa-metragem “A marca do grilhão”, escrito pelo cineasta em parceria com a roteirista Mariani Ferreira. O texto ficou em 3º lugar no concurso de roteiros de longas-metragens do Festival de Roteiro de Porto Alegre em 2016. “Todo audiovisual precisa ser escrito, seja um filme, novela ou propaganda de televisão, a verdade é que tudo precisa ter um texto atrás, ou seja, nós passamos mais tempo no processo de escrita do que de filmagem propriamente dito”, explica Motta.