Cantinas se preparam para mudanças na venda de merenda

Mudança no cardápio. Projeto de lei proíbe a venda de alimentos que
colaborem para a obesidade, diabetes e hipertensão nas escolas gaúchas

O projeto PL 23 2016, aprovado pela Assembleia Legislativa Gaúcha deve ser sancionado pelo Governo do Estado na semana que vem. A intenção do autor da proposta, o deputado Tiago Simon (MDB), é proibir a venda de alimentos que colaborem para o aparecimento de doenças como obesidade, diabetes e hipertensão entre os estudantes do Rio Grande do Sul. Em Montenegro, as escolas estaduais e municipais não permitem a venda de alimentos em seus respectivos ambientes. Nas cantinas das escolas particulares, os responsáveis já planejam mudanças para o cardápio. Contudo, existe a preocupação com o lanche que os alunos podem trazer de casa.

O projeto quer a extinção de produtos como salgadinhos, bolachas recheadas, balas, refrigerantes e demais produtos industrializados das cantinas das escolas. Em contrapartida, exige que os comerciantes ofereçam cardápios com alternativas de lanches saudáveis, como sanduíches integrais, salada de frutas além de, pelo menos, duas opções de frutas. A justificativa do projeto leva em consideração os índices de obesidade infantil. Dados do Ministério da Saúde demonstram que 9,55% das crianças gaúchas de 5 a 7 anos de idade estão obesas. Entre os estudantes na faixa de 7 à 10 anos, o índice de sobrepeso é de 19,72%.

A nutricionista Pâmela Kranz acredita que, se colocado em prática, o projeto vá estimular o contato das crianças com uma alimentação de melhor qualidade. “As crianças vão passar a se alimentar melhor, vão conhecer os alimentos saudáveis e evitar o consumo de produtos que são prejudiciais à saúde. A boa alimentação vai refletir no crescimento e aprendizado deles”, defende a especialista.

Donos de cantinas já estão se adequando às novas normas
Luciana e Leonardo Hilgert são os responsáveis pelos alimentos vendidos na cantina da Escola Sinodal Progresso, de Montenegro. A administradora relata que, mesmo antes da lei entrar em vigor, já está providenciando alterações no cardápio. “Estávamos cientes, então não mudará nada para nós, pois já trabalhamos nessas normas. Desde o início em que assumimos a cantina trabalhamos em parceria com a nutricionista da escola”, conta Luciana.

Na cantina do Instituto de Educação São José a situação não é diferente. Conforme a gestora Elisandra Barreto, a venda de alimentos mais nutritivos já são estimulados no local. “Vendemos sanduíches natural, sucos e frutas. A conscientização é pessoal, mas estamos contribuindo”, relata Elisandra. Contudo, para ela a nova lei não surtirá o efeito esperado se os pais continuarem mandando merendas pouco saudáveis de casa. “Qual criança vai sentir vontade de tomar um suco se o colega estiver ao lado bebendo refrigerante?”, questiona a cantineira.

A direção do Instituto de Educação São José informa que, desde o início deste ano, começou a trabalhar a questão da merenda servida para os alunos, seguindo orientações de uma nutricionista, o que demonstra a preocupação sobre o tema. “Quanto à cantina, a lei ainda não foi sancionada, mas temos estreitado conversas com a Elisandra sobre a oferta de lanches saudáveis”, relata a diretora Maria Helena Schüller. “Em relação aos pais, na Educação Infantil temos um cardápio sugestão, elaborado também por uma nutricionista que já está adequado às orientações dadas”, detalha.

Conforme Maria Helena existem projetos em várias turmas que abordam o tema alimentação. “A ideia é estendermos nossas Conversas de Gente Grande, que são rodas de conversas com os pais, para também explorarmos o tema”.

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