Pela vida. Até agora, iniciativa une Hospital Montenegro, Fundação Ecarta, Jornal Ibiá, Fundarte, Sinodal e Uninter
A campanha Cultura Doadora é desenvolvida pela Fundação Ecarta com o objetivo de incentivar a doação de órgãos. No município, a proposta ganhou força e está sendo difundida pelo Jornal Ibiá e pelo Hospital Montenegro, em diversas ações. Desde o início do mês de dezembro, o diário tem trazido, semanalmente, matérias que abordam este tema.
Nesta quinta-feira, 21, a Câmara de Vereadores recebeu representantes do movimento que busca sensibilizar as pessoas para a importância da doação de órgãos, ato que marcou o lançamento oficial da campanha.
A Fundação Ecarta esteve representada por seu presidente, o professor Marcos Fuhr. Ele destacou o interesse das instituições da cidade em apoiar a causa. “É uma combinação muito positiva que vem ao encontro do nosso projeto e que nos traz a Montenegro, com muito entusiasmo, para participar do lançamento da Cultura Doadora aqui na Câmara de Vereadores.”
Quem também participou da divulgação na Usina Maurício Cardoso foi a coordenadora da Organização de Procura de Órgãos (OPO) 1 da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, médica Fernanda Bonow. Segundo ela, é fundamental que as famílias saibam do desejo de seu ente em se tornar doador, por isso a campanha quer estimular a população a falar sobre esse assunto. “Na hora em que a pessoa morre, a família tem que ter ideia do que a pessoa pensava em vida. Então, tem que conversar em casa. É importante falar sobre esse assunto, que é tão difícil”, comenta.
Na cidade, são parceiros o Colégio Sinodal, Fundarte, Uninter e o Hospital Montenegro, mas outras entidades serão procuradas, porque a causa maior é a vida. A nefrologista do HM,Tatiana Michelon, representou os demais envolvidos na campanha ao usar o Espaço Tribuna Livre para expor dados sobre doação de órgãos e a importância de se tornar um doador. O HM apresenta números contraditórios, porque, se por um lado cresce ano a ano o número de potenciais doadores, por outro, nenhuma doação se concretizou. Em 2015, a instituição teve três mortes encefálicas. Em dois desses casos, o coração parou tornando impossível manter os órgãos e, no terceiro, houve a negativa familiar para doação. Em 2016, foram quatro mortes encefálicas e em nenhum caso os familiares autorizaram. E, até o momento, em 2017, o HM registrou sete mortes encefálicas, todas também com negativas familiares. A médica lembra que conhecer o desejo do familiar representa colocar em prática seu último desejo e assegurar a continuidade da vida, através de outra pessoa.
Em 2018 serão realizadas ações em escolas e junto à comunidade para intensificar ainda mais a questão. Veja alguns dados e descubra porque o tema é tão importante:
Hoje, no Brasil, são 32.066 adultos e 862 crianças na lista de espera por transplantes
No Rio Grande do Sul são 1.069 adultos e 27 crianças
Mesmo tendo cidadãos montenegrinos na fila de espera, Montenegro figura como município com registro de 100% de negativas familiar.
É 40% maior a chance de alguém da família precisar de um órgão do que ter a oportunidade de ser doador.
Desde 2012, mais de 15.500 pessoas receberam diretamente informações sobre esse assunto pelo projeto Cultura Doadora.