Cais do Porto é o refúgio preferido dos pescadores

TERAPÊUTICO. Pescar é uma prática de descanso e de confraternização junto à natureza

Já faz um bom tempo que os pescadores no Rio Caí voltaram a utilizar o cais do Porto das Laranjeiras em Montenegro. Apesar de degradado, o espaço histórico é o preferido daqueles que não praticam a pesca embarcada no Rio Caí. O cenário de caniços e linhas com a trilha de conversas animadas é composto por famílias e amigos, que vêm das mais variadas cidades.

Rubia Mara e Paulo Cesar praticam a paciência

Logicamente predominam os montenegrinos, que dedicam horas a essa atividade como um lazer. Rudinei Patrick Callandrim Nunes e o amigo Diego Zanette, ambos de 38 anos, tem um ritual interessante para fechar um sábado ou domingo de folga. “O peixe fritinho no final da tarde é garantido”, explica Nunes.

Eles formam um grupo de pescaria com mais dois amigos, que aprenderam técnicas pela Internet e com a própria troca de experiências. Neste dia 25 a pescaria iniciou as 8 horas, nos barrancos próximos à empresa Tanac. Devido aos galhos naquele ponto, que lhes custaram algumas linhas, migraram em direção à Câmara de Vereadores. Este dia de pescaria foi encerrado pela chegada da chuva no fim de tarde, e, no caso do tio de Nunes, Celoir Cardoso Rodrigues, pelo início do jogo do Inter.

Em outro ponto do Cais, o casal Rubia Mara e Paulo Cesar de Lima, 56 e 51 anos, tinham um momento mais reflexivo, em silêncio, esperando a linha puxar. Ela confirma ser exercício de fuga da rotina, encarando a correnteza do Caí por um dia inteiro. Se acontecer de um peixe fisgar o anzol, têm ainda almoço ou janta garantido.

Weber comprova sua recente pescaria de 8,3 kg. Foto: Arquivo Pessoal

Não é história de pescador

Aliás, nas redes sociais há relatos de pescarias de respeito realizadas no Cais. Para provar que não é história de pescador, Luciano Weber, 28, mandou a foto da Carpa com mais de 8 quilos que tirou daquelas águas no último dia 23. Neste sábado, dividia o momento com outros montenegrinos frequentadores do Cais, um grupo grande e animado, mas também dedicado a arte da pescaria.

Nos anzóis as iscas são variadas, como odores que atraem os peixes, podem ter carne, massas com farinhas e pedaços de aipim. Weber revela um segredo aos iniciantes, que é pescar à noite. Se o momento é sossegado para o pescador, também é para os peixes, que chegam perto do Cais para comer a massa e ração deixadas ao longo do dia, além de musgos na parede do talude.

Montenegro tem potencial

Dom Couto Marinho, de 1 ano, já aprende a arte da Pesca Esportiva com os pais Juliana e Gerson

O potencial do Cais das Laranjeiras é comprovado pela presença da família Martins, que veio de São Leopoldo. Surpreende pelo fato de serem da região do Rio do Sinos, ao que Jorge Alberto, 51, revela hoje estar mais poluído do que o Caí. “Vou em várias partes do Caí”, explica, citando Pareci Novo, Feliz, Bom Princípio.

O leopoldense sai de lancha praticando a modalidade “pega e solta”. “Estou meio desocupado, então vou pro rio. Esses dias, levei meus dois netos”, comenta. A respeito de soltar os peixes, revela receio de consumir a carne devido à poluição. “Quantas bactérias deve ter?”, disse, apontando uma boca de esgoto que despejava líquido escuro.

Quem também vem praticar a Pesca Esportiva (que devolve o peixe vivo) é Gerson Marinho da Silva Júnior, 43, e a esposa Juliana Couto de Lorenzi, 35. No caso, não trocaram de rio, mas de cidade, vindo de São Sebastião do Caí para aproveitar o Cais. Ela assinala, sobretudo, o deque baixo, com mais conforto e proximidade da água.

O esposo também destaca este privilégio de Montenegro, mas aponta a necessidade de melhorias, como no piso que está irregular, instalação de energia elétrica, água e pias para higiene, e proteção do sol para alavancar o município na pesca esportiva.

Família Martins pesca e se diverte unida, e trocou o Sinos pelo Rio Caí

Últimas Notícias

Destaques