Atividades buscam aproximar a comunidade do espaço e incentivar a leitura
Comemorando seus 75 anos neste mês (dia 25), a Biblioteca Municipal Hélio Alves de Oliveira se consolidou como um dos principais espaços culturais de Montenegro, oferecendo à comunidade um local de aprendizado, lazer e reflexão. A diretora da biblioteca, Maria Terezinha Kraemer Canello, a Nica, compartilha com exclusividade sua visão sobre a trajetória da instituição, os desafios e as ações realizadas para manter o espaço vibrante e acessível à população.
A história da Biblioteca começa em 1949, quando foi criada por meio de uma lei sancionada pelo prefeito José Pedro Steigleder, a partir de uma proposição do vereador Hélio Alves de Oliveira, nome que hoje a instituição carrega com honra. Segundo Nica, a primeira sede da biblioteca foi uma pequena sala no prédio da Prefeitura Municipal, no Palácio Rio Branco. Com o tempo, a demanda foi crescendo, o que levou a biblioteca a se mudar para vários endereços, até finalmente se instalar no Centro Cultural de Montenegro, em 1981. “A biblioteca foi sempre um reflexo do crescimento da cidade. Começou pequena, mas foi ganhando espaço conforme a comunidade se apropria dela’, relembra.
Desafios e reintegração à comunidade
Em 2020, a Biblioteca passou por uma fase de reestruturação e afastamento temporário, sendo transferida para o Parque Centenário. Em 2021, com o retorno ao Centro da cidade, Nica assumiu a direção da instituição e iniciou um trabalho focado em aproximar os montenegrinos do espaço. “A biblioteca ficou oito anos afastada da comunidade. Quando retornei, nosso foco foi reacender esse vínculo, principalmente com os jovens, em um mundo cada vez mais digital”.
Hoje, além da unidade principal, a biblioteca conta com um braço na comunidade da Timbaúva, no Telecentro, oferecendo um espaço para leitura e acesso a computadores. “Acreditamos que a leitura do livro físico nunca vai cair. As novas tecnologias são importantes, mas a biblioteca tem o papel de incentivar o hábito de ler e refletir,” afirma. “É importante que as crianças e os adolescentes vejam que a biblioteca é um lugar para todos, onde podem se divertir, aprender e se conectar com o mundo literário. A doação de livros é uma das nossas formas de agradecer à comunidade e incentivá-la a se envolver com a leitura”, complementa.
Foco nas escolas e na inclusão social
Outro grande projeto da biblioteca é o trabalho com as escolas locais. Em 2024, mais de 600 livros foram distribuídos para escolas que enfrentaram dificuldades com as enchentes, como parte de uma campanha solidária que envolveu a comunidade. Além disso, Nica destaca o trabalho de levar a biblioteca até as escolas. Assim, realizando contações de histórias e levando livros para as crianças que, por diversas razões, não podem visitar o espaço. “A biblioteca vai até as escolas e, quando possível, recebemos as crianças aqui. A ideia é proporcionar uma experiência rica, com atividades lúdicas, e mostrar que a biblioteca é um ambiente acolhedor”.
Agendamento de visitas e interação comunitária
As visitas das escolas à Biblioteca Municipal Hélio Alves de Oliveira são agendadas conforme a disponibilidade do espaço. As crianças têm a oportunidade de conhecer os diversos setores da biblioteca. Dentre eles, o Museu Literário, o setor de leitura em braille e a área de pesquisas. Para as escolas que desejarem realizar o agendamento, o contato pode ser realizado através do número (51) 3632-5202.
A diretora enfatiza a importância de um ambiente acessível e gratuito, onde a comunidade pode se cadastrar e utilizar os serviços sem custos, levando inclusive as obras para casa. “O livro é um bem coletivo. O que pedimos é que as pessoas cuidem do livro e o devolvam para que outros também possam usufruir,” conclui. Para o cadastramento, é necessário ir até a Biblioteca (rua Capitão Cruz, 2150) com documento de identidade e comprovante de residência.
O futuro da biblioteca
Com 75 anos de história, a Biblioteca Municipal Hélio Alves de Oliveira segue firme em sua missão de ser um espaço inclusivo e democrático. Para o futuro, Nica almeja expandir ainda mais as atividades culturais e de leitura no local. O é foco a inclusão de todas as faixas etárias e classes sociais. “A biblioteca é um bem público, um patrimônio de todos. Queremos que ela continue sendo um lugar de encontro, de aprendizado e de transformação”, finaliza. Ao olhar para os próximos 75 anos, a biblioteca promete continuar sendo um farol de cultura, educação e solidariedade em Montenegro. Manter seu compromisso com a formação de cidadãos críticos e criativos é foco.
