Municípios trazem propostas para o PED de 2022 a 2030
Na Câmara de Vereadores de Montenegro, lideranças de todo o Vale do Caí se reuniram em uma audiência pública para definir as prioridades e propostas da região para o Planejamento Estratégico de Desenvolvimento do Vale do Caí, o PED, de 2022 a 2030. O encontro ocorreu na sexta-feira, 15, e os principais pontos destacados pelos municípios e que merecem maior atenção são o turismo, agricultura, saúde, mão de obra e infraestrutura, mas outros temas foram tratados, como a educação, indústrias e tecnologias na região do Vale. Entre os representantes, não há dúvidas: o foco é realizar ações em que todos os municípios possam estar interligados, para assim, promover o pleno desenvolvimento de todo o Vale, em conjunto.
Turismo e infraestrutura
No turismo, a maior dificuldade apontada na audiência foi a falta de sinalização não apenas dos pontos turísticos de cada cidade, mas também das divisas entre cada uma. Jaime Büttenbender, diretor de turismo de Montenegro, explica que a ideia central é unir o Vale do Caí para um turismo próspero. Em Montenegro, o destaque vai para a Rota Fortaleza e o Morro Montenegro. O intuito é fazer com que o turismo da Cidade das Artes chegue até os municípios vizinhos.
Gisele Schneider, prefeita de Maratá, afirma que a região precisa focar no turismo rural. “Belezas naturais, que é o mais difícil, nós temos. Toda a região tem. Mas, não temos investimento”, destaca. Segundo ela, investir nas belezas naturais qualifica o turismo. Além disso, ela pontua que o turismo comercial precisa ser explorado, no bom sentido da palavra. A ideia é fazer com que os turistas não apenas conheçam as belezas regionais, mas também consumam alimentos ou produtos típicos do Vale.
Sérgio de Moraes, secretário executivo da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí, a AMVARC, propõe que seja “construído” um calendário de eventos que facilite o acesso para todo o Vale do Caí. Ou seja: foco na organização de festas que atraiam o público e consequentemente o turismo para a região. Muito ligado ao turismo, está a infraestrutura. O mais citado foi a manutenção das estradas. Com o asfaltamento das vias, deve ser prioridade levar o turismo até o interior. A proposta é interligar o Vale pela pavimentação asfáltica.
Agricultura
Na área da agricultura, representante do Sebrae destaca que é fundamental que se estabeleçam políticas de apoio para o desenvolvimento rural nos municípios. Além disso, os recursos hídricos, extremamente importantes para a produtividade geral, também precisam de políticas. Já a Emater ressalta que o ponto principal é cada cidade definir bem suas prioridades e seus pontos de ação para o desenvolvimento integral da região. De qualquer forma, a agricultura familiar tem destaque em todos os municípios, sendo a base produtiva.
Clauro de Carvalho, prefeito de Brochier, pontua que em seu município, a agricultura tem forte apelo também na educação. O município leva as crianças até escolas agrícolas para mantê-las no ciclo da agricultura familiar, sempre as atualizando de técnicas e manejo. Gisele salienta que em Maratá, o trabalho é para manter o jovem dentro do campo. “Temos espaço físico, mas faltam parcerias para que a gente desenvolva o projeto que tem em Brochier. Achamos a ideia muito boa, mas queríamos ter uma escola agrícola dentro de Maratá, para que os jovens não precisem sair da cidade para dar seguimento à agricultura familiar”, diz.
Mão de obra
Também foi discutida no encontro a mão de obra dos municípios. Rafael Cruz, secretário de Gestão e Planejamento de Montenegro, ressalta que deve haver união das cidades do Vale para manter a mão de obra na região. Para isso, deve ocorrer um forte trabalho na qualificação de profissionais para, assim, atrair maiores investimentos de grandes empresas. Ainda foi destaque a ideia de um programa de qualificação destinado aos jovens, para manter o seu interesse em trabalhar dentro da cidade em que vive.
Saúde
Na saúde, o principal problema entre a maioria dos municípios são os encaminhamentos hospitalares, um aporte essencial. O problema é que, muitas vezes, os pacientes precisam sair às pressas para Canoas, e, ao chegarem lá, não podem ser atendidos pela alta demanda do hospital. A proposta é que os municípios ajam para que o Hospital Montenegro 100% SUS, de alguma forma, obtenha outras especialidades, que, atualmente, são encontradas de maneira mais próxima somente em Canoas.