As memórias do Armazém do Chassot e os seus lápis

A história de Terezinha Angeli e as raízes montenegrinas. Foto arquivo: Terezinha Angeli

Lembranças guardadas com muito saudosismo

A professora aposentada Terezinha Chassot Angeli é filha de um antigo e respeitado comerciante montenegrino. Além das muitas lições de vida, ela herdou do pai, Carlos Chassot, uma impagável coleção de lápis, que ajudam a contar um pouco da história do empreendedorismo local para quem não viveu a cidade de 50 anos atrás.

Assim como hoje as empresas mandam produzir chaveiros, agendas e outros itens para dar aos clientes e divulgar sua marca, naqueles tempos, o lápis era um dos brindes mais comuns. A coleção, na verdade, foi reunida ao longo dos anos por Carlos, que os recebeu como suvenir de amigos, clientes e fornecedores no tempo em que atuava atrás do balcão.

“Esta coleção tem um grande valor sentimental. “Meu pai teve comércio de secos e molhados durante 34 anos. Ele ganhava os lápis e guardava com muito carinho”, explica a professora. Uma destas relíquias tem gravado o nome do Ginásio São João Batista, que foi inaugurado na cidade em 17 de março de 1946. Era de seu irmão José Carlos Chassot, que estudou lá na década de 60.

Na coleção, também existe uma recordação dos Irmãos Oliveira. Esta família tinha um armazém vizinho ao do seu Carlos. Um dos proprietários era Edgar Oliveira, que foi vereador por muitos anos em Montenegro. Entre as raridades, destacam-se os lápis da Camisaria Ritter, de Pedro Afonso Ritter, onde vendiam camisas, pijamas e cuecas; e do Supermercado Montenegro. Este segundo empreendimento era de um amigo da família. “O supermercado era forte na cidade e o proprietário era o senhor Argemiro Negruni”, recorda Terezinha, citando que, embora concorrentes, os proprietários mantinham uma sólida amizade.

Entre os muitos itens, destaque também para o lápis da Sementes Campani, um armazém que comercializava, além das sementes, mudas e hortaliças. Outro que chama a atenção é o do Moinhos Esperança, que fornecia, para revenda, trigo e milho; assim como o da Indústria de Móveis Petry, com fábrica em Montenegro. A loja Pernambucanas, que retomou sua atividade na cidade recentemente, em 10 de dezembro de 2019, também tinha o seu brinde e um deles está no estojo de Terezinha.

Foi atrás do balcão do comércio da família que Terezinha descobriu sua futura profissão. Fez magistério e se formou em Matemática, tendo sido professora durante 20 anos. “Eu ajudava meu pai no comércio e fazia os cálculos das contas dos clientes, anotadas no caderno. Foi ali que eu tomei gosto pela Matemática”, revela.

Terezinha também foi assistente financeira do Colégio São João Batista e já trabalhou como tesoureira de várias empresas. A paixão pela Matemática sempre esteve acesa, desde pequena. Ela diz que, às vezes, quando a encontram, as pessoas contam histórias que preservam na memória dos tempos do armazém de “Seu Chassot”, o que sempre é motivo de alegria.

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