Após enchente histórica, semana começa com limpeza e reconstrução

ESPERANÇA supera abalo emocional ocasionado pela cheia

Moradores das áreas atingidas pela cheia do Rio Caí, em Montenegro, enfrentam momentos de desolação e também de superação ao retornarem para suas casas para iniciar ao processo de limpeza e recuperação após as inundações dos últimos dias. Durante o domingo, dia 5, e essa segunda-feira, 6, o Ibiá acompanhou a volta para casa em alguns bairros da cidade.

Tatiana da Rosa, atendente de farmácia e residente há um ano na rua José Luís, no bairro Industrial, compartilhou a dor de ver seus pertences sendo destruídos pela água. Ela teve que avaliar o que poderia ser aproveitado enquanto se deparava com os estragos causados pela enchente. Com o apoio da irmã, Tatiana iniciou a limpeza na residência, mas já planejando se mudar do local.

Avó de Mateus mostra a altura em que a água chegou em sua casa; a televisão foi o único ítem que se salvou

Na mesma rua de Tatiana, há 53 anos, mora Olivino José da Rosa, de 72 anos. Ele reside e trabalha no mesmo local. Nos fundos moram seus irmãos. Para ele, os danos dessa cheia representam uma experiência inédita e devastadora, destacando que a água chegou a quase atingir o teto de sua casa.

Diante da situação, ele e sua família buscaram abrigo em Brochier. “Jamais imaginei que a água fosse chegar a esse nível. Levantamos tudo, mas ninguém estava preparado para uma enchente tão grande”, diz o aposentado.

Seu Olivino se emociona ao relatar o estado em que encontrou a casa onde mora e trabalha

Niko Meert, 46, foi até o bairro Olaria para ajudar a mãe, que mora no local, e compartilhou sua experiência durante esse período difícil. “Deu 1,2 metros de água dentro de casa. Em novembro do ano passado não chegou a entrar água aqui”, conta. Ele afirma que do que a mãe tinha dentro de casa foi possível salvar apenas a geladeira e a máquina.

Tatiana mora há menos de um ano na rua José Luís, mas depois deste episódio pretende se mudar assim que possível

Agora, a família recebe ajuda de voluntários na reconstrução e limpeza do que sobrou. “É difícil perder tudo de uma hora para a outra, mas agora é trabalhar para recuperar e contar com a ajuda da comunidade que é solidária, porque estamos precisando”, acrescenta.

No bairro Municipal, que foi fortemente atingido pela cheia, como nunca havia sido até então, na rua Lá Paz, Mateus Gonçalves Pereira, 27, conta que em sua casa a água chegou a 1,7 metros. “A gente perdeu tudo, só mantivemos os eletrodomésticos para tentar recuperar alguma coisa depois que secar. Mas de cama, colchão e outros móveis perdemos tudo”, lamentou Mateus. Ele destacou a importância da ajuda voluntária na fase inicial da limpeza, que permitiu que muitos moradores movessem os destroços para fora de suas casas. “Estamos nessa segunda fazendo mais a parte da limpeza. A água voltou hoje meio dia e está ajudando, porque sem água não teríamos como finalizar essa limpeza dentro de casa”, completa.

No Municipal, Mateus mostra um dos únicos itens que foram salvos da água

Mutirão na Tio Riba

Mais uma vez, houve perda de materiais na escola

Além das casas e estabelecimentos comerciais, a segunda-feira também foi de muito trabalho na EMEI Adenillo Edgar Rubenich, Tio Riba, no bairro Ferroviário, uma das instituições de ensino mais afetadas pela enchente, em Montenegro. Voluntários e a equipe escolar trabalharam na limpeza e contabilização dos prejuízos. Todas as salas de aula da instituição foram afetadas e, por enquanto, os cerca de 220 alunos seguem sem previsão de retorno às aulas.

Refeitório da EMEI Tio Riba reflete a situação em que se encontra o restante do prédio

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