No auge de seus 78 anos, seu Moacir dos Santos foi relutante em divulgar o exemplo de solidariedade e empatia que teve no seu último aniversário, dia 20. Acontece que, ao invés de receber presentes da família e amigos, seu Moacir divulgou pelo menos uma semana antes para todos: sem mimos esse ano. O que ele queria mesmo eram alimentos não perecíveis de quem quisesse o agradar na data especial. Foi assim que conseguiu, contados, 95 itens. Caixas de leite, açúcar, azeite, arroz, feijão, massa, dentre outros, tudo para destinar à Cáritas, aqui de Montenegro.
A história de seu Moacir com as boas ações é de longa data. Há pelo menos 15 anos o senhor realiza doações à entidade todo mês, mas não é do tipo que gosta de divulgação. “Costumo dizer que o que a mão direita dá, a esquerda não precisa ver. Mas minha filha disse que eu poderia servir de exemplo para outras pessoas, principalmente neste momento que tem tanta gente necessitando, e com isso eu concordo. Eu agradeço sempre pelo dom que eu tenho de querer ajudar, porque nunca fiz nada para me promover. Se for assim, não é de verdade, e sim o que a gente faz de coração sem querer nenhum retorno”, destaca.
Realizar o aniversário solidário também não é novidade. Desde o ano passado, o senhor já queria ter promovido a ação, mas só fez esse ano, quando a ideia amadureceu. “Eu não acho que eu estou dando o que eu tenho, e sim, devolvendo quase nada de tudo que Deus me deu”, afirma.
Ele relembra que a vontade de ajudar quem necessita sempre foi presente em sua vida, e que, antigamente, com tempos mais difíceis e com sete filhos em casa, a doação era menor, mas mesmo assim, nunca deixou de existir. “Na verdade eu sempre pensei no quanto eu queria poder ajudar mais, pensava que algum dia eu ia poder. Daí agora, com os filhos já casados e até netos, quando aliviou em casa, eu posso fazer melhor”, pontua.
A escolha da Cáritas como beneficiada para todas as ações que realiza é por questão de confiança. “Eu sei que quem pede, precisa, mas na Cáritas eu tenho certeza que sempre vai ser bem destinado. Vai ser tudo distribuído para quem realmente precisa, gente cadastrada que não consegue emprego”, finaliza. (IF)