Amoga segue busca por parceiros para transformar sonho em realidade

Sede própria será clínica para receber animais de rua que necessitem de atendimento

A cessão de um terreno da Prefeitura à Associação Montenegrina dos Guardiões dos Animais (Amoga) no final do primeiro semestre de 2019 foi só mais um passo no caminho do sonho dos protetores em ter uma sede própria para a entidade que sirva como casa de passagem aos animais que precisarem de tratamento. A quase dois anos da sanção da lei que formalizou o repasse e um ano e meio da efetiva entrega do imóvel, a Amoga ainda precisa de parceiros para, de fato, efetivar tudo o que planeja para o local.

“Nós tínhamos feito um projeto arquitetônico, estrutural, e apresentado para a John Deere, porque eles nos pediram projetos, mas veio a pandemia e a gente já não conseguiu mais nada”, conta a presidente da Associação, Maria Luiza Rodrigues Kimura. “Hoje, eu já acho que a gente vai ter que tentar aos poucos para achar outros caminhos.”

O terreno da Prefeitura fica no bairro Santa Rita e foi a terceira tentativa de um local a ser destinado para a entidade. Primeiro, havia sido considerada uma área no bairro São Paulo. Após, outra nas proximidades do campus da Unisc. Nenhuma das tratativas, porém, tinha ido pra frente. Nesse meio tempo, quase uma década se passou. “Foi bem desgastante o trâmite”, admite Maria Luiza. O projeto de lei que cedeu a área atual foi posto em andamento pelo vereador Cristiano Braatz, hoje vice-prefeito eleito, enquanto ele exercia o cargo de prefeito nas férias do titular, Kadu Müller, no início de 2019.

E o sonho é grande. O terreno já tem uma edificação que será adaptada para a casa de passagem – uma verdadeira clínica, nos moldes autorizados pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária. Para atender aos animais de rua, deve contar com duas salas cirúrgicas e de recuperação; ala de internação; baias separadas para cães e gatos; e área de isolamento para os animais com doenças virais. O projeto também prevê uma recepção e local para a venda de produtos feitos pelas voluntárias para arrecadar recursos para a entidade. “Eu sou engenheira civil e nós temos uma arquiteta, então nós sentamos e fizemos o projeto que seria, mais ou menos, o ideal. Agora, que nós não conseguimos esse recurso, talvez teremos que mudar um pouco e simplificar”, explica a presidente da Amoga.

Outro desafio no horizonte é a obrigatoriedade de ter um veterinário responsável por tudo isso, contratação que, com as condições financeiras da entidade, tende a ser difícil. “É muito oneroso. Eu não desisti da ideia de a Prefeitura nos ceder um profissional”, pontua Maria Luiza. Com recursos dos associados, doações e destinações através da Nota Fiscal Gaúcha, a associação, além de custear as atividades do dia a dia – com resgates e cirurgias clínicas pagas em estabelecimentos particulares – reformou o cercamento da área doada e já a utiliza para abrigar cavalos recolhidos pela polícia. O espaço seguirá sendo mantido para este fim.

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