Trabalhadores que terminam o turno na noite precisam esperar até as 23h
Desde a retirada da linha de ônibus urbano às 22h05min, com a chegada da pandemia, muitos trabalhadores passam dificuldades, tendo que esperar nas paradas e rodoviária até o horário das 23h após o trabalho. Emelin Jessica Santos, 25, é uma das trabalhadoras que passa por perrengues devido à retirada do horário. Ela termina seu expediente às 21h40min, assim, como as duas linhas entre este horário são 21h e 23h, não há escolha: espera todos os dias até o ônibus das 23h para poder ir para casa. “Nós saímos do nosso dia de trabalho cansados e não tem ônibus no horário das 22h. É mais de uma hora esperando. Quando finalmente pegamos o ônibus, ele dá toda a volta na cidade. Eu, por exemplo, chego 23h50min em casa porque sou do bairro Senai”, desabafa.
Ela conta que a maioria das pessoas que precisa das linhas neste horário são trabalhadores do comércio, como mercados e farmácias, mas que muitas mulheres realizam cursos na parte da noite e acabam, além de ter que esperar sozinhas até tarde na parada, passando por riscos. “Muitas estão dividindo Uber, porque estão com medo de ficar esperando o ônibus, pois já aconteceu de estranhos passarem nos assediando na parada, oferecendo carona. Eu pego o ônibus na frente do edifício São Marino (na rua João Pessoa), então fico por ali porque me sinto um pouco mais segura, já que tem um guarda. Não levo nem o celular porque tenho medo de ser assaltada”, explica. Emelin passa por esta situação há seis meses, mas conta que outras pessoas afirmaram que o processo se repete desde a redução de horários devido à pandemia.
Alisson Mello Pereira, encarregado de Recursos Humanos do Supermercado Nacional, explica que o estabelecimento também sofre consequências desde o corte da linha das 22h. Atualmente, de 66 colaboradores, pelo menos dez precisam ser liberados antes do horário para poderem pegar a linha das 21h. “Caso contrário, ficariam esperando na parada das 21h30min até as 23h“, relata. Antes, com a linha, os funcionários faziam o horário das 13h às 21h30min; agora, a adaptação foi de 12h10min às 20h40min, apenas por causa da falta do ônibus das 22h.
Para tentar solucionar o problema, um abaixo-assinado está sendo organizado. O documento virtual pede a retomada do horário e ainda cita “É imprescindível que a Vimsa preste um serviço de qualidade a seus usuários e por isso nós exigimos o retorno do horário de ônibus das 22 horas. Somos trabalhadores, pagamos nossos impostos e merecemos esse serviço com mais disponibilidade de horários”. O abaixo-assinado já tem 762 apoiadores.
O Ibiá tentou contato com a Vimsa, para saber se há possibilidade de debate ou volta da linha solicitada, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.
Tema debatido no “Câmara em Pauta”
Em reunião, na manhã dessa terça-feira, 19, no “Câmara em Pauta” a situação do transporte público foi o principal assunto discutido entre os vereadores e o prefeito Gustavo Zanatta. O assunto foi abordado por que boa parte dos montenegrinos, que usam o transporte público, vem reclamando do serviço prestado pela Vimsa. Durante a reunião, a redução de horários nas linhas urbanas foi tema abordado. Sobre esta redução, um dos argumentos da direção da empresa, é de que em alguns itinerários há uma diminuição considerável de passageiros. No total seriam cerca de 40 linhas urbanas afetadas pela redução de horários. Mesmo com a volta gradual das linhas durante a pandemia, o itinerário das 22h não foi mais realizado. Nos próximos dias uma reunião deve ocorrer na Câmara de Vereadores e a situação será discutida.