Acessibilidade. Fundarte realiza projeto que leva a dança para alunos em vulnerabilidade econômica e social
Nacionalmente, em 1º de setembro é comemorado o dia da bailarina e do bailarino. O balé, ou ballet, é um estilo de dança que surgiu na Itália, no século XV. A dança, que começou em apresentações nas cortes da época, não demorou muito para se espalhar. Países como a Inglaterra, a Rússia e a França desenvolveram ainda mais o estilo, que hoje em dia é muito influente e conhecido mundialmente.
A Fundação Municipal de Artes de Montenegro, a Fundarte, oferece aulas e traz espetáculos de ballet há muitos anos, transformando vidas e fazendo nascer uma geração de bailarinos. No ano de 1996, a instituição começou um projeto social chamado Projeto Dançar, idealizado por Sonia Brust e Therezinha Petry Cardona. A ação visa complementar as atividades escolares dos alunos, oferecendo bolsas para um público que se encontra em situação de vulnerabilidade econômica e social. Integram seu corpo docente os professores Augusta Dreher Nabinger, Débora Brandt Alencastro, Itiberê Alencastro, Patrick Aozani Moraes, Suzana Schoellkopf e Sandra Rhoden.
No ano passado, o Projeto completou seus 20 anos de existência, sendo chamado agora de “Projeto Dançar: Há 20 anos formando cidadãos para o mundo”. A faixa etária dos alunos é diversa, começando aos quatro anos de idade e indo até os 18. A iniciativa, aprovada pela Lei Rouanet de Incentivo a Cultura, e hoje com o patrocínio exclusivo da empresa Johnn Deere, possibilita que 150 jovens e crianças possam participar do Curso Básico de Dança da Fundarte, que apresenta principalmente técnicas do ballet clássico.
Mas nem sempre a iniciativa atingiu tanta gente. A professora de dança e atual coordenadora do Projeto, Débora Brandt Alencastro, conta que no começo eram apenas duas turmas, com cerca de 40 crianças. Hoje são 150 alunos no projeto. As aulas possuem uma metodologia própria: são aulas de ballet, aulas de teoria da dança, de condicionamento físico e até mesmo de iniciação musical. “O projeto tomou um corpo muito maior, com seu desenvolvimento ao longo do tempo”, conta a professora, com alegria.
Débora conta que, embora muita gente tenha um preconceito com o ballet, dizendo que é uma prática exclusivamente feminina, eles têm muitos alunos meninos. “Acho muito interessante a reação das crianças. Quando chega um menino para a turma as crianças são super acolhedoras”, admite.
“Oportunidade para quem não podia fazer arte”. Para Sílvia da Silva Lopes, professora do curso de Graduação em Dança: Licenciatura da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), é nisso que consiste o Projeto Dançar. Ela é ex-professora do Projeto, já trabalhou na Fundarte por 20 anos, e na Uergs por 16. Sílvia acredita que a iniciativa da Fundarte seja fundamental, justamente por dar oportunidade de dançar para quem antes não podia. “Todos temos potencial, só precisamos receber oportunidades”, afirma.
Formando profissionais do ballet
O Projeto Dançar, além de levar o ballet para aqueles que não teriam acesso a ele, forma bailarinos e bailarinas o tempo todo. Débora Brandt Alencastro, atual professora e coordenadora do Projeto, foi aluna do Curso Básico de Dança da Fundarte, e chegou até mesmo a participar da iniciativa. Lá, ela conheceu a dança, e isso a transformou no que é hoje. Hoje especialista em Dança pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/RS), a professora leva a dança e ensina os seus alunos com entusiasmo.
A ex-professora do Projeto, Sílvia da Silva Lopes, conta que já viu muitos alunos que eram do Curso Básico da Fundarte irem fazer uma graduação na área da Dança. Alguns, ela vê até na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), onde dá aula.