Nas eleições de 2020, Montenegro registrou 12.834 eleitores que não compareceram às urnas. Em 2024, esse número cresceu, resultando em uma taxa de abstenção de 27,13%. Dos 48.608 eleitores aptos a votar, 35.414 compareceram, enquanto 13.187 se abstiveram. Entre os cinco municípios cobertos pelo jornal Ibiá, Pareci Novo apresentou o segundo maior índice de ausência, com 12,21% dos seus 3.455 eleitores não exercendo o direito ao voto. Isso representa um total de 422 eleitores que não participaram do pleito.
Cesar Hamilton Brito Goes, sociólogo e professor adjunto da UNISC no Departamento de Ciências, Humanidades e Educação, analisa o aumento das abstenções. Segundo ele, as taxas estão se aproximando do que é considerado razoável em democracias. No entanto, ainda é necessário entender as razões específicas desse aumento, que podem variar entre diferentes segmentos da população. “Das abstenções, caminhamos para o que é razoável em termos de normalidade nas democracias. A novidade aqui é que ainda estamos por saber das razões específicas pelas quais ela tem aumentado”, diz o sociólogo.
As abstenções podem ser atribuídas a diversas razões. Muitos eleitores não se sentem engajados ou interessados nas questões políticas ou nos candidatos, levando à falta de motivação para votar. A desconfiança nas instituições e na eficácia do voto pode fazer com que as pessoas acreditem que seu voto não fará diferença.Além disso, alguns eleitores não têm acesso a informações claras sobre os candidatos e suas propostas, o que pode dificultar a decisão de votar.
Escândalos políticos e promessas não cumpridas podem levar à desilusão e à decisão de não participar do processo eleitoral. A ausência de candidatos que representem os interesses ou valores de um determinado perfil de eleitores também pode resultar em apatia em relação ao voto. Esses motivos, entre outros, contribuem para a abstenção ausência nas eleições e refletem uma complexa interação de fatores sociais, políticos e pessoais.