O mês de abril é emblemático na história do nosso País. Foi em abril que o Brasil foi colonizado por europeus, que Tiradentes foi morto, que as comunidades ameríndias recebem sua homenagem e neste abril de 2024 lembramos com pesar os 60 anos do golpe militar.
Foi em abril de 1964 que um golpe de Estado se estendeu por mais de 20 anos, causando sequelas irreparáveis da história do Brasil. Quando a “junta militar” ocupa o poder, damos início a um dos capítulos mais bárbaros da vida civil brasileira. Com o fim da democracia, surge o cerceamento da liberdade, a tortura de militantes políticos de oposição ao regime, o aprofundamento das desigualdades sociais, o aumento da miséria e da pobreza, o que na época ficou marcado pela disparada dos níveis de inflação do País. Além disso, a ditadura militar contraiu dívidas externas bilionárias com os empréstimos para simular o crescimento econômico.
Com tantos danos históricos, é (in)comum ver lideranças negacionistas aplaudindo este período histórico fatídico, como recentemente fez o general Hamilton Mourão em entrevista ao Estado de Minas, que elogiou o golpe de 1964. Não é surpresa, tendo em vista que o Senador, general da reserva do Exército, já esteve envolvido em outras polêmicas que ameaçam democracia.
Aqui em Montenegro, andamos na contramão da defesa democrática, na última eleição que levou, pela terceira vez, Luís Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da República, o prefeito Gustavo Zanatta destacou seu apoio ao então candidato Jair Bolsonaro, na época do PL. Que hoje, sabemos se colocou no centro da trama que arquitetava um golpe de Estado. Diferentes depoimentos prestados à política federal confirmam as reuniões do ex-presidente da República com o alto escalão das Forças Armadas para mantê-lo cargo após a derrota no segundo turno das eleições.
A minuta do golpe estava pronta.
Apoiador do golpe de 64, o Senador Hamilton Mourão veio a Montenegro abonar a ficha de filiação de Gustavo Zanatta ao partido Republicanos. A troca de partido não mudou a visão política do chefe do executivo da nossa cidade. Ao contrário, o coloca mais perto daqueles que aprovam a ditadura, exaltam aquele período cinzento da história do Brasil, que tirou direitos, eliminou conquistas, torturou e matou brasileiros. Ou Zanatta não conhece a história do Brasil?
O Partido dos Trabalhadores lutou contra a ditadura e tem em seus quadros militantes que foram vítimas dos militares no poder.
Precisamos falar deste período, lembrar para que a história não se repita com esta feição conservadora e reacionária.
O próximo período será de debate eleitoral, e o nosso voto é muito importante para definir que projeto de cidade queremos, em que tipo de munícipio vamos viver. Se sob a tutela daqueles que gostam da ditadura, ou se vamos buscar uma cidade com participação popular, inaugurada pelo PT através do Orçamento Participativo.