Zagueiro driblado pelas lesões

Fim da linha. Felipe Radaelli desistiu de seguir no futebol profissional ano passado

Poucos sabem, mas um dos atletas que esteve em campo pela Associação Desportiva de Coxilha Velha no último domingo, na final da Copa Genifer Sports de Futebol Sete, já jogou futebol profissionalmente. Trata-se do zagueiro Felipe Radaelli, 24 anos, que mora atualmente em Triunfo e nasceu em Taquari. Na decisão, apesar de se destacar por sua equipe, o defensor acabou com o vice-campeonato.

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O zagueiro anotou dois gols com a camisa da equipe catarinense
foto: arquivo pessoal / Felipe Radaelli

Começando cedo no futebol, o xerife defendeu o Pinheiros, de Taquari, até os 17 anos, quando foi convidado por um amigo para fazer uma peneira no Centro de Treinamento Mansão do Atleta, em Peruíbe/SP. Felipe chamou a atenção dos olheiros por seu papel de liderança, qualidade com a bola nos pés e precisão na marcação, e logo foi aprovado, tornando-se jogador profissional. Aos 20 anos, viajou com o grupo do Mansão para a Alemanha, onde realizou testes e disputou seis partidas.

Como teria que retornar ao Brasil de três em três meses para renovar o contrato, o defensor foi repassado ao Radium, de Mococa/SP, em 2013. No interior de São Paulo, Felipe atuou como zagueiro e também improvisado de lateral-direito na segunda divisão do Campeonato Paulista. O defensor disputou quatro partidas com a camisa do time paulista.

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Felipe defendeu o Maga, de Santa Catarina, por duas temporadas
foto: arquivo pessoal / Felipe Radaelli

No ano seguinte, o jogador nascido em Taquari foi negociado e ficou mais perto da família. Felipe rumou para Indaial, em Santa Catarina, para jogar pelo Maga Esporte Clube a divisão de acesso do Campeonato Catarinense. O xerifão defendeu a camisa do Maga por duas temporadas, tendo marcado dois gols no estadual (sendo um deles na Arena Joinville, contra o Fluminense de Joinville).

Porém, uma lesão no tornozelo direito afastou Felipe dos gramados por muitos meses, fazendo com que o jogador deixasse a equipe catarinense ainda em 2015. Recuperado do problema, o zagueiro começou testes no Brasil de Farroupilha/RS no início de 2016. Radaelli iniciou os testes numa quinta-feira, fez o segundo treinamento na sexta-feira e voltou para Taquari sábado para uma formatura.

No domingo, o acontecimento que encerrou a carreira profissional de Felipe no futebol. O defensor participou de uma partida pelo Colorado, de Taquari, em um campeonato amador e, em um lance do jogo, tirou do lugar o tornozelo direito, o mesmo que havia lesionado pelo Maga um ano antes. A recuperação durou quatro meses, e depois disso o zagueiro decidiu não tentar mais seguir no futebol profissional. “Fiquei quatro meses parado, aí os problemas físicos atrapalharam, engordei e decidi abandonar”, resume.

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foto: arquivo Ibiá

De lá pra cá, Felipe defendeu duas equipes em campeonatos amadores: o Grêmio Olaria, de Triunfo, no campeonato municipal da cidade, e agora o Coxilha Velha, na Copa Genifer Sports de Futebol Sete. O zagueiro conta que nunca havia tido lesões antes dos dois problemas no tornozelo e ressalta a necessidade de ter empresário no futebol atual. “Nunca tive problema antes. É difícil se profissionalizar e ter sequência no futebol. Tem que ter empresário, se não, o jogador fica dependendo de indicação de treinador e não para em nenhum clube”, diz.

“É um cara 100%”, diz técnico de Felipe
Treinador do Coxilha Velha e de Felipe Radaelli na Copa Genifer Sports de Futebol Sete, Anderson dos Santos, o Andinho, não poupa elogios quando é perguntado sobre o zagueiro. “Ele é um cara 100%. Tem todas as qualidades que um atleta completo precisa. O Felipe joga em várias posições, não reclama, não briga em campo. É uma pessoa muito parceira, educada. Ele não bebe, coisa rara entre os jogadores. Precisamos contar com ele nas próximas competições, é um cara muito comprometido”, afirma.

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