Recuperado de lesão no joelho, Alexandre Hans quer nova chance no Pirin Blagoevgrad, após mudança de técnico
Idioma, fuso horário, cultura diferente, culinária… Esses fatores são fundamentais na adaptação de um jogador que sai do Brasil e ruma para a Europa. É o caso do zagueiro Alexandre Hans, 22 anos, que deixou o país em julho do ano passado para atuar no Pirin Blagoevgrad, da Bulgária. Nascido em Harmonia, o defensor está cada vez mais adaptado ao Leste Europeu e agora busca se firmar novamente na equipe após ficar fora por um mês devido a um edema no joelho esquerdo.
Há pouco mais de oito meses no Pirin, Alexandre disputou apenas seis jogos pelo Campeonato Búlgaro desde sua apresentação e perdeu espaço no time recentemente com a lesão no joelho e a troca de treinador. Neste ano, o zagueiro realizou apenas uma partida pelo clube, na derrota do Pirin para o já campeão Ludogorets por 3 a 0, no dia 5 de março. Com 31 pontos em 25 rodadas, o time de Alexandre Hans ocupa a 9ª colocação no certame e apenas cumpre tabela na rodada final.
O campeonato nacional da Bulgária parou por dois meses, do final de dezembro até o final de fevereiro, por causa do rigoroso inverno europeu. As equipes usaram este intervalo de tempo para realizar uma espécie de pré-temporada e o Pirin aproveitou a parada para trocar o comando técnico, buscando alcançar uma posição melhor ao final da competição.
Para Alexandre, infelizmente, este hiato no calendário não foi positivo. Em meio à pré-temporada, o zagueiro de Harmonia sofreu contusão no joelho esquerdo e viu seus companheiros de posição ficarem na sua frente na hierarquia do novo técnico, o búlgaro Radukanov Milen. “Tomei uma pancada no joelho logo no primeiro jogo-treino, perdi praticamente toda a pré-temporada e, consequentemente, o espaço no time. Estou voltando aos poucos a ser relacionado, ganhando a confiança do treinador. Mas, ainda não voltei a ser titular”, enfatiza Alexandre.
A volta do defensor ao time ainda foi adiada por mais algumas semanas após o reinício da competição, mas não só porque Alexandre não estava 100% recuperado do edema no joelho, e sim pelo bom momento da equipe depois da pré-temporada. Sem o jogador de Harmonia nos três primeiros jogos de 2017, o Pirin somou três vitórias e deu mostras que brigaria pelas primeiras posições do campeonato.
Entretanto, no quarto jogo, justamente quando Alexandre voltou ao time, o clube não segurou o ímpeto do praticamente imbatível Ludogorets, que perdeu apenas uma partida na competição, e teve sua sequência de vitórias quebrada.
Depois da derrota para o melhor time búlgaro, o Pirin se recuperou e goleou o Slavia Sofia no jogo seguinte por 4 a 0, com Alexandre Hans no banco de reservas. Também do reservado, o jogador viu a derrota de sua equipe para o Vareya por 2 a 0 no último sábado, em duelo válido pela 25ª e penúltima rodada da competição.
Na última rodada, o Pirin vai receber o Neftochimic Burgas, dia 31 de março. Nesta partida, o zagueiro de Harmonia espera voltar a receber uma oportunidade entre os titulares.
Além do campeonato nacional, a equipe defendida por Hans ainda disputa a Copa Búlgara e enfrenta o Botev Plovdiv, dia 4 de abril, em duelo único pelas quartas de final.
Evolução no idioma, saudade da família e muito aprendizado
Com contrato até julho de 2018 com o Pirin Blagoevgrad, Alexandre Hans comemora o fato de sua lesão não ter sido grave e vê o time em evolução com o novo técnico. “Lesões de joelho são complicadas. Só o fato de não ter rompido nada já é ótimo. O time melhorou bastante neste ano”, ressalta.
O jogador nascido em Harmonia faz uma análise positiva de seus primeiros meses no clube e no país europeu, e enaltece a importância do domínio do idioma, apesar das dificuldades no início. “No começo não falava nem inglês. Agora já falo inglês razoavelmente e entendo o básico do búlgaro, o que facilita o entrosamento com o restante dos jogadores. A adaptação e a aceitação dos outros jogadores demoraram bastante, mas hoje já está tudo tranquilo, não tenho do que reclamar”, diz.
Acostumado com a distância desde pequeno, o zagueiro admite sentir falta dos familiares e amigos. “Saí muito cedo de casa, então já estou acostumado. Mas, a gente sente falta de casa, não tem como. Sinto falta da família, dos amigos, só do fato de estar em casa, de tudo. Aqui vivo sozinho, moro sozinho e ainda tenho muita dificuldade com a língua, apesar de já estar falando bem o inglês”, salienta.
Sempre em busca do aprimoramento e do aprendizado, dentro e fora de campo, Alexandre conta que usa muito do seu tempo livre na academia e estudando. “Minha rotina geralmente é treino, casa e academia, onde vou com frequência para fazer alguns treinos à parte. Afinal, treinar nunca é demais. Mas, a maior parte do tempo livre passo em casa, estudando e lendo. Também saio, vou em alguns cafés daqui, que costumam estar sempre cheios. A cidade (Blagoevgrad) é pequena (80 mil habitantes), mas sempre tem algo a fazer”, conclui.