Society ganha força e ofusca futebol sete na cidade

Atletas montenegrinos têm optado por jogar futebol na grama sintética. Escolha influencia diretamente nos campos

Uma das maiores forças do esporte montenegrino no final do século XX, o futebol de campo já havia perdido muitos praticantes na década passada para o futebol sete. Agora, grande parte dos atletas que jogava futebol sete está migrando para outra modalidade: o futebol society. Com quadras de grama sintética espalhadas por toda a cidade, o society se tornou a preferência dos montenegrinos.

E não faltam motivos para tal escolha. Como as quadras de society de Montenegro são cobertas, os jogos são disputados com chuva ou com sol. Além disso, muitos jogadores trabalham aos finais de semana, e o único horário disponível para jogar futebol é à noite, durante a semana. O custo também favorece a grama sintética. Em média, um atleta que joga uma vez por semana no society gasta entre R$ 40,00 e R$ 60,00, enquanto que nos clubes a mensalidade é mais salgada, e nem sempre são realizados jogos em todos os finais de semana, devido às chuvas.

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Sede da Copa de 2014, Arena da Baixada hoje possui grama sintética. Foto: divulgação internet

O atleta Diego Schons Kayser joga futebol no campo e no society, e cita outros motivos que colocaram as quadras de grama sintética em vantagem sobre as outras modalidades. “A prática do futebol society no Estado deu-se, principalmente, ao nosso clima. A chuva e o frio espantavam os atletas. O futsal foi deixado de lado na cidade devido às más condições das quadras. Em Montenegro, o society já é a maior prática no meio do futebol”, reforça.

A evolução da grama sintética também contribuiu para o crescimento do futebol society, garante Diego. “A modalidade foi ganhando força devido à facilidade de instalação e manutenção das quadras. No início dos anos 2000, havia um preconceito, pois a prática era realizada em tapetes com impressão de quadra, o que ficava propenso a lesões. Hoje, com novas tecnologias, o gramado artificial evoluiu muito e aproxima-se bastante da grama natural”, salienta.

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Brasport recebeu painéis de led recentemente e trocou as borrachas pretas por coloridas no gramado

O goleiro Guilherme Maia não tem preferência por jogar na grama natural ou sintética, mas afirma que os campos artificiais evoluíram bastante no decorrer dos anos. “Antigamente, eu me ralava todo jogando no society, hoje em dia dá para jogar tranquilo. Melhorou muito a qualidade. Tenho dois horários por semana (no society), então jogo regularmente. Os preços são bem variados na cidade, proporcional à qualidade”, destaca.

Não são somente os homens que rumaram para o society. A mulherada também tem optado pelo gramado artificial. É o caso de Priscila Teixeira Maia. “Prefiro o sintético, pois acho melhor de jogar e não tem problema com a chuva. Além disso, tem uma galera que joga toda semana, quase todos os dias. Eu só não tenho jogo nas terças-feiras”, enfatiza.

Proprietário explica sobre a troca do gramado
Uma das quadras de grama sintética mais antigas de Montenegro é a Brasport. Há 11 anos, o local é uma das opções dos montenegrinos para a prática do futebol society. O proprietário Marcus Antônio Griebeler, 53 anos, explica como é feita a troca do gramado da quadra. “De sete em sete anos, trocamos a grama. Há uma base de compactação, e em cima são coladas as tiras de grama. Aqui, o gramado tem 65 mm. São 15 mm de areia fina, 15 mm de borracha e o restante de grana”, frisa.

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Marcus Antônio Griebeler é o proprietário da Brasport

Em março deste ano, a Brasport recebeu 18 painéis de led, que melhoraram significativamente a iluminação do local. Antes disso, há dois anos, a quadra foi pioneira no Estado ao trocar as borrachas pretas (de pneu moído) por borrachas coloridas (de sola de sapato moído). “Não fechamos em nenhum dia da semana e temos quatro horários por noite. Se você quer comer uma picanha, paga um pouco mais. Se quer uma costela, um pouco menos”, compara Marcus Antônio, perguntado sobre o preço do horário de um jogo.

Em Montenegro, o preço de um horário varia entre R$ 60,00 e R$ 150,00, dependendo da quadra.

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