Novidade em Tóquio, modalidade será disputada nos dias 5, 6 e 7 de agosto
Os Jogos Olímpicos de Tóquio começam oficialmente no dia 23 de julho. Durante 16 dias, centenas de atletas, de todos os cantos do mundo, realizam o sonho de disputar o maior evento esportivo do planeta. Para o karatê e os lutadores da modalidade, esta edição das Olimpíadas é ainda mais especial. Pela primeira vez na história dos Jogos, o esporte fará parte do calendário olímpico. Serão 82 caratecas em Tóquio. Infelizmente, nenhum brasileiro.
Apenas cinco atletas da América do Sul conquistaram vaga para a estreia do karatê nas Olimpíadas. Quatro venezuelanos e um peruano. O Brasil “bateu na trave”. O gaúcho Douglas Broze, bicampeão mundial, era o mais cotado, e acabou ficando de fora, assim como a paulista Valéria Kumizaki, que liderou o ranking olímpico por um longo período e acabou perdendo a primeira colocação – e a vaga em Tóquio – na reta final.
As disputas de karatê nos Jogos Olímpicos ocorrem nos dias 5, 6 e 7 de agosto. Mesmo que nenhum brasileiro esteja na competição nesta modalidade, o professor Marcos Cruz dos Reis, diretor do Projeto de Inclusão Social “Karate Além do Esporte”, pretende assistir a todas as lutas. “É uma pena que não tenhamos representantes do Brasil. Expliquei aos alunos que a disputa da modalidade na Olimpíada é diferente do que praticamos, pois há diferenças entre karatê de lazer, de defesa pessoal e esportivo. Incentivo eles a assistirem também”, destaca.
“O karatê está crescendo e já tem o seu espaço. A modalidade deu um salto enorme em termos de planejamento esportivo, preparação física e metodologia de treinamento, para a profissionalização em si. O problema são as divisões, a modalidade tem inúmeras federações. Para o karatê, a Olimpíada vai ser muito boa, dará uma visibilidade ímpar, e isso atrai os jovens também. As empresas investem muito, todo esporte que é olímpico atrai patrocinadores”, acrescenta Marcos.
A luta e os favoritos
Em Tóquio, o esporte será disputado em duas categorias: kata (simulação de um combate) e kumite (luta em si). O tempo de luta é de 3 minutos no masculino e 2 minutos no feminino. Quando vale medalha, cada categoria tem um minuto a mais de combate. Em relação à pontuação, os golpes de mão valem 1 ponto, chutes (no peito, na barriga…) valem 2 pontos e chutes na cabeça ou derrubar e dar um golpe correspondem a 3 pontos.
As lutas de karatê não têm prorrogação. Se o combate terminar empatado em 0 a 0, os juízes decidem o vencedor. Se acabar empatado em 1 a 1, o karateca que marca o primeiro ponto, ganha. Quem abre 8 pontos de diferença antes do final do tempo também é declarado vencedor, assim como o atleta que marcar mais pontos que seu oponente ao final da luta.
Os anfitriões são postulantes a medalhas em todas as categorias. O professor Marcos Cruz dos Reis aponta os favoritos do karatê em cada disputa. “No kumite feminino, acredito que Japão, Turquia, Venezuela, França, Itália e Azerbaijão são as principais forças. No masculino, a briga deve ser entre França, Japão, Itália e Azerbaijão. Já no kata feminino, Japão e Espanha são as favoritas, enquanto no kata masculino, vejo Itália e Japão como principais candidatas ao ouro”, aposta.