Momento complicado. Colorado vem tendo muitas dificuldades na Série B
Passadas 11 rodadas da Série B, o Inter se encontra na incômoda quinta posição — fora do grupo que sobe para a elite do futebol brasileiro na próxima temporada. Sem engrenar na competição e tampouco se firmar no G-4, o colorado vem sofrendo muitas críticas da torcida e o ambiente piora a cada jogo no Beira-Rio. Após a derrota para o Boa Esporte, no último sábado, torcedores danificaram parte do estádio colorado.
A torcida do Inter perdeu a paciência. Não admite mais ver o time passar 90 minutos sem finalizar uma vez sequer na direção do gol adversário. Isso aconteceu três vezes nos últimos quatro jogos, contra Santa Cruz, Paraná e Boa Esporte. O gol de Fabinho, na vitória magra sobre o Brasil de Pelotas fora de casa, encerrou um jejum de mais de 200 minutos sem um chute a gol. Porém, essa falta de pontaria voltou a se repetir no sábado passado, na primeira derrota dentro de casa.
Por falar em insucesso no Beira-Rio, o revés para o Boa foi o quarto tropeço do Inter em cinco partidas em casa na segunda divisão. Com uma vitória, três empates e uma derrota no Beira-Rio, o time colorado soma apenas 40% de aproveitamento jogando em seus domínios, o 4° pior mandante da Série B. A próxima oportunidade para melhorar o retrospecto é sábado, contra o Criciúma, às 16h30min, pela 12ª rodada da competição.
O grupo de jogadores foi reformulado e a comissão técnica já foi trocada (em meio à Série B), mas o Inter segue sem apresentar um bom futebol. Cônsul colorado em Montenegro, José Airton Kerber, 57 anos, ainda busca entender o que se passa com o Inter que não engrena na segunda divisão. “Não consigo entender o que está acontecendo. Parece que o time não aprendeu a jogar contra os times menores. Contra os maiores, na Copa do Brasil, o time foi bem. Não está fácil ser colorado”, reconhece.
Temendo nova troca de treinador em caso de derrota para o Criciúma no sábado, José Airton acredita que a pressão da torcida afeta o rendimento dos atletas. “O nervosismo da torcida entra em campo. Vou ao estádio desde os oito anos e sei como a torcida do Inter pressiona. Se não ganhar sábado, acho que já trocam de técnico novamente. O Guto Ferreira não tem culpa nenhuma pelo atual momento. Ele chegou há um mês, mas infelizmente a cultura do futebol brasileiro é essa”, lamenta.
Apesar de ser contrário à mudança de técnico, o cônsul não vê a equipe jogando mais com Guto do que jogava com Antônio Carlos Zago, e pede mais vontade dos jogadores. “Acho que piorou, mas não vejo como solução trocar de técnico agora. Temos jogadores de Série A, mas um time de Série B. Tem muito jogador ganhando muito e produzindo pouco. Para ganhar a Série B nosso time não precisa de técnica, apenas vontade. Vemos times de menor expressão jogando uma bola redonda”, conclui.