Montenegrinos são contrários às mudanças no Mundial de Clubes

Fifa deve confirmar torneio quadrienal, com a participação de 24 equipes

Uma das competições mais almejadas pelos apaixonados por futebol deve sofrer várias mudanças para os próximos anos. Em breve, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) deve confirmar um novo formato para o Mundial de Clubes, torneio que atualmente é realizado no final de cada ano e reúne uma equipe de cada confederação, além de um representante do país-sede.

Em dezembro de 2018, o Real Madrid (campeão da última edição da Liga dos Campeões) levantou a taça do Mundial ao vencer o Al Ain (representante do país-sede) por 4 a 1, nos Emirados Árabes. A nova proposta da Fifa prevê um torneio com a participação de 24 clubes, sendo realizado de quatro em quatro anos, a partir de 2021. Com isso, o formato atual da competição deve ter sua última edição em 2020.

O modelo proposto deve ser aprovado nesta sexta-feira, em congresso da entidade em Miami-EUA. Assim, o novo Mundial de Clubes terá sua estreia entre junho e julho de 2021. O campeonato terá 18 dias de duração e 31 partidas. Os 24 clubes vão ser divididos em oito grupos, sendo que os oito cabeças de chave serão da Europa. A América do Sul terá direito a quatro vagas diretas. O continente sul-americano ainda pode ter um quinto representante, que disputará um playoff contra um time da Oceania.

Grêmio participou do Mundial de Clubes em 2017 e pode estar na primeira edição do novo modelo. Foto: Lucas Uebel / divulgação Grêmio

Como a competição será realizada no meio do ano, as vagas diretas da América do Sul serão preenchidas com os campeões das Libertadores de 2017, 2018, 2019 e 2020. Com isso, o Grêmio, que levantou a taça da Libertadores em 2017, estaria confirmado na primeira edição desse novo formato, assim como o River Plate, que venceu o torneio no ano passado. A Europa terá o maior número de representantes nesse novo Mundial: 12 clubes.

As prováveis alterações, no entanto, não caíram no gosto dos montenegrinos. “Acho que perde um pouco o brilho do torneio. Muitos anos se passam, as equipes ficarão diferentes. Não vejo isso como positivo, prefiro o modo atual. Talvez essa mudança envolva muito dinheiro. Sabemos como está a situação da CBF, da Fifa… Certamente tem algum interesse financeiro”, opina o professor do Fera, Júlio César Machado, o Julinho.

Mundial ficará ainda mais difícil para os sul-americanos
Os times europeus venceram as últimas seis edições do Mundial de Clubes. Dos últimos 12 torneios, a única equipe fora da Europa a conquistar o título foi o Corinthians, em 2012. Os números comprovam a superioridade europeia na competição. E o novo formato do Mundial deve dificultar ainda mais para os times sul-americanos e também dos outros continentes.

“Já é difícil jogar uma partida contra um time europeu, o que dirá mais jogos. Acredito que, com esse novo formato, não veremos mais campeões da América do Sul”, declara Julinho.

Inter foi campeão do torneio organizado pela Fifa em 2006. Foto: divulgação Getty Images

Um dos organizadores dos campeonatos do Grêmio Gaúcho, Edison Zang, o Edinho, também é contrário às mudanças propostas pela Fifa. “Pensando na tradição existente e na ambição dos clubes (menos os europeus que não dão tanta importância), para ter esse título em disputa no final do ano, acho ruim a mudança. Um campeonato mais elaborado seria interessante, mas sendo realizado a cada dois anos”, frisa.

A educadora física Raíssa Joner não é favorável às mudanças, já que os elencos estarão bem modificados para a competição, principalmente nos clubes da América do Sul. “Dificulta mais. Quatro anos é muito distante. Visto que a Libertadores terá quatro campeões nesse intervalo de tempo, o time que ganhou no primeiro ano desse período já deverá ter mudado completamente o plantel para o torneio. Como os clubes sul-americanos não conseguem manter o mesmo elenco e até o mesmo rendimento por quatro anos, isso prejudica muito”, argumenta.

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