Montenegrino comemora a conquista do 9º lugar na categoria Master 40+
O Campeonato Mundial de Pingue-Pongue realizado na China, entre os dias 22 e 25 de janeiro deste ano, reuniu os maiores talentos da modalidade no mundo. Entre os atletas que representaram o Brasil, o montenegrino Fábio Berg teve a oportunidade de competir com os melhores jogadores da atualidade, incluindo gigantes do esporte da própria China, o berço da modalidade.
Fábio, integrante da equipe local Café Família Kettermann, não estava sozinho na competição. Outros dois representantes da equipe, Tiago Silva, de Portão, e Albair Camargo, de São Leopoldo, também marcaram presença, defendendo a Seleção Brasileira. Ao retornar da China, Fábio Berg compartilhou suas impressões sobre a experiência, os desafios enfrentados e suas expectativas para o futuro.
“Foi uma experiência espetacular, embora já os conhecesse do México, onde participei do último Mundial. Nesta edição, como foi na China, o nível foi muito maior. Houve uma grande participação de chineses, e isso fez com que o nível das disputas fosse ainda mais elevado”, destacou Fábio, sobre a intensidade da competição e o alto nível técnico que encontrou em seu caminho.

Apesar de todo o treinamento intenso, Fábio enfrentou dificuldades ao longo do torneio. Entre os maiores desafios, ele apontou disputas com grandes atletas ainda nas fases iniciais da competição. “Eu treinei muito este ano, estava preparado para disputar contra os melhores, mas infelizmente tive confrontos diretos contra eles antes das semifinais. Não consegui utilizar as estratégias que treinei e acabei sendo desclassificado precocemente”, conta.
A pressão de competir em um torneio mundial também é um fator que pode afetar o rendimento dos atletas, e Fábio não ficou imune a isso. “A motivação de estar ao lado dos melhores é demais, a vontade só aumenta. O que temos que controlar é a ansiedade, o medo de errar, e isso fez eu perder pontos importantes contra um chinês e um russo, dois top 5 do mundo”, comentou.
Sobre sua performance no Mundial, Fábio revelou um misto de satisfação e autocrítica. “Meu desempenho foi bom, mas não foi o esperado. Estava muito confiante, mas o nível estava muito forte, com atletas profissionais com muita experiência internacional”, destaca. O 9º lugar no Master 40+ foi comemorado pelo atleta, que conseguiu ficar entre os 10 melhores do mundo na sua categoria. “No confronto contra o russo Brobov, campeão na mesma categoria, consegui jogar bem contra ele, mas ele é muito técnico, por isso se tornou o campeão”, disse.
Fábio destaca alguns momentos que ficaram marcados em sua memória. “Em toda competição a gente aprende algo, seja sobre erros técnicos, pontos fortes ou fracos, concentração. Tive três ótimos momentos: meu primeiro jogo no Mundial contra um chinês, no Master 40+, onde consegui uma vitória de 2 a 0, jogando o meu melhor contra um dos melhores da categoria”, conta. Outro destaque foi a vitória sobre um polonês no open (força livre) em um jogo eliminatório, por 2 a 1. “Também minha derrota contra o campeão do ano passado no México. Perdi por 3 pontos, mas esse jogo me fez perder algumas noites de sono”, confessou Fábio, revelando que, embora a derrota tenha sido dolorosa, ela trouxe grandes lições para seu futuro.
A China, país anfitrião e grande potência do esporte mundial, foi um grande destaque no torneio. Para Fábio, os adversários chineses elevaram o nível da competição. “A maioria dos jogadores eram da China. Todos muito bons, tecnicamente e mentalmente, o que elevou o nível do Mundial”, afirmou.
Os novos desafios
Com o fim do Mundial, Fábio já está focado no que vem pela frente. “Quero agradecer à Prefeitura de Montenegro, que presta um excelente serviço para o esporte da nossa cidade, e também ao Café Família Kettermann e à Comauto, que sempre apoiam o pingue-pongue e nos dão o suporte necessário para participar das competições”, disse.
Agora, o desafio do atleta é continuar treinando para as novas competições que acontecem ao longo deste ano. “Temos os estaduais e as seletivas para o próximo Mundial. Vou participar também do campeonato estadual de tênis de mesa representando a Ginástica de São Leopoldo. Espero me classificar novamente para o próximo Mundial e conquistar o Campeonato Gaúcho, que será bastante disputado este ano”, revela Fábio.

Além disso, o atleta destacou o crescimento do tênis de mesa no Brasil, especialmente com o aumento da participação de atletas de diferentes estados. “Nossa seleção treinou forte pela primeira vez para o Mundial. No ano passado fomos apenas 4 atletas, mas nesta edição já éramos 12, com dois treinadores. Tivemos um campeão mundial na categoria estudante sub-18, Rafael Smanioto, um menino prodígio que jogou muito bem. Estamos no caminho certo”, concluiu o atleta montenegrino.