Conquistas. Atletas mostraram domínio das técnicas para avançar de Graduação
A tarde de domingo, dia 1º, foi de ascensão para 148 alunos da academia Nitro Team, de Montenegro. No Ginásio Municipal Armin Adolfo Heldt, em Pareci Novo, os lutadores prestaram Exame Nacional de Graduação, submetidos à avaliação do delegado da Confederação Brasileira de Muay Thai (CBMT), mestre Eduardo Viríssimo, e pelo grão mestre Artur Mariano. Revezando-se em duplas, os atletas deviam mostrar domínio das técnicas da sua categoria, o que lhes permitiria avançar e mudar a cor da faixa.
As ascensões de categoria foram: de faixa Branca para Branca Ponta Vermelha; de Ponta Vermelha para Vermelha; de Vermelha para Ponta Azul Claro; de Ponta Azul Claro para Azul Claro; de Azul Claro para Ponta Azul Escuro; e de Ponta Azul Escuro para faixa Azul Escuro. O líder da equipe e presidente da Federação Gaúcha de Muay Thai Esportivo (FGMTE), Gustavo Kuhn, explica que a graduação para faixa Ponta Preta e para faixa Preta (máxima graduação) aconteceram na semana passada, em Bento Gonçalves.
A faixa Azul Escuro oficializa o atleta como ‘instrutor mestre’, possibilitando ser professor da arte marcial. Ela foi conquistada pelos atletas Daniel Groth, Geovani Gaik, Roberto Boenny, Gabriel Torres e Vagner Fachinni Martins. O exame é dividido por graduação, com as avaliações sendo conduzidas pelos mestres examinadores e aumentando em exigência conforme a faixa. Os atletas fazem um rodízio para que as duplas variem, e nas primeiras categorias o foco é na técnica, sendo que devem executar o golpe ordenado pelo mestre. “O exame é em cima da técnica e não da luta”, explica Kuhn.
Apenas da faixa Vermelha em diante já é avaliado em forma de luta, com golpes livre, em confrontos de dois minutos, quatro minutos e até seis minutos para alcançar a graduação Azul Escuro. É reprovado o atleta que cometer um erro de técnica da categoria que está deixando, no caso a anterior. Mas para a faixa Preta não é permitido errar. “A exigência técnica aumenta por graduação, até não permitir mais o erro”, diz Daniel Groth.
Faixas e cores para incentivar busca pela excelência
Gustavo Kuhn explica que conquistar essas faixas é muito importante para os atletas. O mestre inicia explicando que na Tailândia, berço do Muay Thai, não existe faixas, pois lá é uma luta ligada à cultura. Como no Brasil é esporte e busca pela saúde, as faixas foram instituídas como um estímulo.
“80% dos alunos não quer ser atleta e lutar em um campeonato”, explica. E para aqueles que estipularam a meta de ser Faixa Preta e Mestre para ensinar a luta, cada cor é um avanço na trajetória, que pode levar até oito anos.
Um exemplo de busca por saúde e técnica elevada é o sargento da Brigada Militar (BM) Euclides Estevão da Silva Benites. Aos 55 anos, era o mais experiente da turma de 148, e, mesmo tendo iniciado na modalidade há dois anos, já fazia sua passagem da Vermelha para Ponta Azul Claro.
O policial militar recorda que, antes, apenas corria na rua, sem orientação; até que se interessou pelas artes marciais. Começou fazendo Taekwondo, mas quando conheceu passou a se dedicar muito mais à milenar luta tailandesa. O resultado Benites sentiu na melhoria de saúde, da qualidade de vida e até profissionalmente, pois lhe deu mais capacidade de defesa pessoal nas ocorrências.