Meninas na Ásia. Bruno Herter intermediou negociação diferente nesta janela
A janela de transferências para o futebol asiático fechou dia 28 deste mês e a janela para a Europa se encerra amanhã. Somente após o término do período de negociações os empresários podem descansar, mas não por muito tempo, pois em poucos meses a janela volta a se abrir. O empresário montenegrino Bruno Herter, responsável por intermediar a transferência de atletas brasileiros para outros países, usa o tempo livre para buscar novas fontes, conhecer novos clubes e abrir portas.
Nesta janela do meio do ano, Bruno conseguiu abrir uma porta que cresce cada vez mais no nosso país: o futebol feminino. Foi neste período de transferências que o agente de Montenegro encaminhou duas meninas para o futebol asiático (janela feminina fechou dia 14), mais precisamente para o Gyeongju KHNP FC — time feminino da primeira divisão da Coréia do Sul.
As atacantes Giovanna Crivelari, 24 anos, e Kélen Bender, 21, chegaram à Coréia no dia 1° de julho para reforçar o Gyeongju. Antes do clube coreano, Giovanna, natural de Londrina-PR, atuava pelo Kindermann, de Santa Catarina, enquanto que Kélen, nascida em Tapejara-RS, defendia as cores do Iranduba, do Amazonas. A dupla também passou pelas categorias de base da Seleção Brasileira.
Como a Pecbol Sports, empresa onde Bruno trabalha, recebe solicitações dos clubes – em maioria da China – para realizar as negociações dos atletas, duas jogadoras entraram em contato com o empresário montenegrino. “Após a solicitação vinda da Coréia de duas atletas brasileiras para se ambientarem lá, a Tuani Lemos, que joga no Kindermann, e a Thaisinha, que joga no Red Angels (equipe que lidera o campeonato coreano), nos indicaram as meninas. Aí realizamos a negociação”, explica o agente.
Com contrato até dezembro no clube sul-coreano, as meninas têm aproveitado ao máximo o novo desafio nesses primeiros dois meses. No duelo contra o líder Red Angels, no final de julho, o Gyeongju venceu por 1 a 0, com gol de Kélen. “O contrato tem opção de renovação conforme o desempenho. Esperamos que renovem. Elas estão gostando muito, estão apaixonadas, não querem voltar. Ambas têm sofrido com a saudade. Esta é a maior dificuldade para elas. A comida e o idioma também, mas estão se ambientando”, diz Bruno.
O empresário destaca a oportunidade recebida pela dupla feminina na Ásia e comenta sobre a forma de negociação. “É um desafio para elas. Sabemos que, por serem mulheres, tudo funciona diferente, metabolismo, hormônios… Mas, a negociação é praticamente a mesma (comparada ao futebol masculino), o que muda é a forma de lidar. A questão da atenção é um pouco diferente. Temos que tomar cuidado para saber medir como falar em determinados períodos, mas sempre com respeito”, frisa.
Além de citar o desafio que as meninas terão no futebol asiático, Bruno enaltece a importância do negócio para sua carreira profissional. “Importância muito grande, pois a gente consegue buscar um desafio bem diferente. É diferente trabalhar com meninas. Esperamos conhecer mais este meio e conseguir alavancar o futebol feminino. Queremos ajudar essas meninas a realizarem seus sonhos e serem felizes, que é o mais importante”, completa.